• Depoimento
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conduz nesta terça-feira (10) o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito da ação penal que apura uma suposta trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022.
Durante a oitiva, Bolsonaro, que apresentou rouquidão, falou sobre seus posicionamentos na chamada “reunião do golpe”. Ele é um dos oito réus apontados pelo Ministério Público como integrantes do núcleo central da articulação, acusado de planejar medidas inconstitucionais para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva O ex-presidente afirmou que a reunião com núcleo duro do governo foi gravada “de má fé”.
• Minuta
De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro teria conhecimento da chamada “minuta do golpe”, documento que previa, entre outras medidas, a decretação de estado de sítio e a prisão de ministros do STF.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou em delação premiada que o ex-presidente participou de uma reunião onde o conteúdo do documento foi apresentado.
Ainda segundo o depoimento, Bolsonaro teria sugerido alterações para incluir unicamente a possibilidade de prisão do ministro Alexandre de Moraes.
• Interrogatório
A oitiva de Bolsonaro faz parte de uma série de interrogatórios conduzidos por Moraes entre os dias 9 e 13 de junho com os oito réus apontados como integrantes do “núcleo crucial” da suposta trama.
Já prestaram depoimento Mauro Cid, Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) e Augusto Heleno (ex-ministro do GSI). Ainda estão previstos os interrogatórios de Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).
Esta etapa marca uma das últimas fases do processo penal. O julgamento final, que poderá resultar em penas superiores a 30 anos de prisão, está previsto para o segundo semestre deste ano.