Em matéria veiculada em seu blog na internet, o deputado Mauro Rubem (PT) provoca o PMDB na guerrinha doméstica entre os dois partidos para ver quem sai na frente e lança o candidato a governador em 2014. O petista defende o nome de Antônio Gomide e demonstra que o partido resolveu escancarar a luta contra o PMDB pela cabeça de chapa.
Leia a reportagem:
Durante a solenidade “Comemoração do aniversário de 33 anos do PT”, proposta pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT-GO), realizada na última segunda-feira (18), um dos assuntos comentados na maioria dos discursos foi a eleição ao governo do Estado em 2014. A necessidade de alternativas ganhou força especialmente após a deflagração da Operação Monte Carlo pela Polícia Federal, em fevereiro de 2012. As eleições do próximo ano devem apresentar um nome do PT à população goiana.
À época, o povo goiano teve a certeza de que uma quadrilha liderada por Carlinhos Cachoeira governava Goiás com a subserviência de Marconi Perillo (PSDB) aos interesses do grupo chefiado pelo contraventor, empresário de jogos de azar. Além disso, as administrações de Perillo são emblemáticas com as propagandas enganosas, como é o caso da Celg e do programa RodoVida.
“Temos condições de lançar candidato próprio a governador de Goiás em 2014. Nomes, nós temos. Projeto político também. O candidato a governador pelo PT em 2014 já sabe que tem que lutar pela preservação do meio ambiente, segurança pública e moradia digna, lazer e valorização da cultura em diversas formas de expressão, sistema de transporte humanizado, saúde pública de qualidade, educação de alto nível, além de desenvolvimento econômico e geração de emprego para todos com distribuição de renda e fim das desigualdades sociais”, defendeu Mauro.
O prefeito de Anápolis, Antonio Gomide (PT), lembrou ao usar a palavra que o papel do PT é em defesa da sociedade. “É possível fazer política com seriedade, apesar dos desmandos que temos verificado na política, muitas vezes empreendidos no sentido de frear o trabalho do PT. A administração de Lula e Dilma têm nos dado a oportunidade de andar de cabeça erguida. Em Goiás, contudo, esta luta está apenas começando, e ainda aguarda muito o que fazer”, declarou.
Gomide é um dos nomes cotados para a candidatura a governador de Goiás no próximo ano. Além dele, estão no páreo o deputado federal Rubens Otoni e o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que não foi ao evento devido uma viagem ao Panamá.
As vitórias do PT em nível nacional também foram lembradas pelo presidente nacional, Rui Falcão, que defendeu o marco regulatório da mídia para coibir a existência de monopólios cerceadores da liberdade de expressão. “A militância do PT sempre foi marcada por uma série de lutas. São 33 anos, um terço dos quais governando o Brasil.”
Falcão prosseguiu com o uso da palavra acrescentando que, “com o PT, o povo passou a ser, efetivamente, o agente das transformações nacionais. É uma diferença crucial nestes dez anos: o povo passou de assistente a participar dos processos, inclusive ajudando a formular políticas. É importante que Goiás não continue a ser governado por alguém que está manchado pela corrupção”, disse, numa referência aos escândalos do governo Marconi Perillo.
HISTÓRIA PETISTA
O Partido dos Trabalhadores foi fundado em 10 de fevereiro de 1980, num histórico encontro nacional em São Paulo, no Colégio Sion. O PT tem como nascedouro as históricas greves do ABC de 1978 e 1979, nas quais se forjou a liderança de Lula; é também depositário das lutas contra a ditadura militar e pela anistia, do movimento estudantil, da experiência de toda uma geração de militantes de inúmeras correntes políticas. O PT nasceu para combater o regime militar e sob o signo da opção pelos pobres, da justiça social e da liberdade.
A própria composição do PT apontava, desde o início, para uma concepção política que rejeitava os modelos rígidos. Assim, o socialismo petista, elaborado ao longo dos anos e num processo intenso de debates, tinha a marca da liberdade. O partido teve uma participação destacada em momentos da vida política nacional, como na campanha das Diretas-Já, na luta pelo impeachment de Collor e outros.