Dias atrás, o deputado federal e secretário da Casa Civil, Vilmar Rocha (PSD), disse em entrevista ao jornal O Popular que o grande problema do governador Marconi Perillo é que ainda ele não tem um projeto de futuro para apresentar ao eleitorado de Goiás se quiser ser candidato a mais um mandato em 2014.
Houve mal estar nos bastidores do governo com o diagnóstico de Vilmar. Mas, ele não se perturbou. Na sequência, confirmou para o Jornal Opção que a base aliada realmente não tem e precisa formatar urgentemente uma agenda de futuro para Goiás.
Mas pode haver um equívoco aí. “Projeto de futuro”, “agenda para o futuro” ou que quer que seja parecido, tudo isso não talvez não passe de um mito em matéria de campanha eleitoral, no Brasil de hoje.
As pesquisas mostram que ninguém está interessado no futuro, como prioridade. É o presente que define o voto dos brasileiros – e, obviamente, dos goianos.
No máximo, a sociedade enxerga o futuro a partir do que está sendo construído no momento. Depois de três governos do PT, com Lula e Dilma, e depois de três governos Marconi, quem é que votaria em Dilma e em Marconi por aceitar o “projeto de futuro” que eles estariam apresentando para a reeleição? O mais provável é que o voto venha da avaliação do que eles fizeram e estão fazendo.
Há um sinal de igual unindo os substantivos eleitor e consumidor (eleitor = consumidor). Esse personagem, majoritário no país, quer respostas e conquistas imediatas, para já e não para amanhã.
O consumidor, aliás, chega até a pegar dinheiro emprestado para comprar imediatamente mercadorias às quais ele só teria acesso em um futuro distante e mesmo assim se poupasse recursos.
E é assim que a grande maioria vai votar em 2014. Vilmar Rocha, de certa forma, ainda que errando na definição, pode ter insinuado o conceito: a verdade é que o voto não buscará “projetos de futuro”, mas, sim, “soluções para agora”.