Interesses de toda ordem fazem com que o jornalismo político esteja repleto de personagens que teimam em negar o óbvio.
Trata-se, aliás, de um exercício curioso. Requer extrema habilidade de quem se propõe à missão e ingenuidade de quem lê.
Vejamos, por exemplo, o caso do subsecretário para Assuntos Federativos da República, Olavo Noleto, que volta e meia esquece Brasília para tratar de questiúnculas do PT de Goiás.
Acredite se quiser: à coluna Fio de Direto, Noleto negou que a oposição esteja a antecipar o debate eleitoral no Estado, embora os principais pré-candidatos trabalhem como nunca para viabilizarem suas postulações.
Exemplos bastante claros: o prefeito Paulo Garcia faz de tudo para incomodar o governador Marconi Perillo, seja contestando a concessão do serviço de água e esgoto para Saneago, seja obstruindo o avanço das obras do VLT. Pura picuinha política.
O prefeito Maguito Vilela, pai do pré-candidato Daniel Vilela, começou a elevar o tom das críticas à administração estadual. Júnior Friboi articula um golpe para se cacifar como candidato do PMDB a partir de imposição do governo federal. Vanderlan Cardoso (sem partido) e Ronaldo Caiado (DEM) discutem em público a formação de uma terceira via.
Para completar, o eterno candidato a governador Iris Rezende (PMDB) tenta convencer Dilma Rousseff e Lula de que ainda tem forças para derrotar Marconi.
Olavo diz que não se trata de antecipar o debate eleitoral.
O subsecretário para Assuntos Federativos da Presidência continua em seu exercício de ilusionismo político ao dizer que a escolha dos candidatos para chapa majoritária em Goiás (governador, vice-governador e senador) vai acontecer de forma madura, equilibrada e responsável.
Com tantos pré-candidatos a se engalfinhar, o que não existe no momento é maturidade, equilíbrio e responsabilidade.
De qualquer maneira, é bom ver até onde Olavo consegue levar o seu jogo de faz-de-conta pela imprensa.
Ele finge que engana e, quem quiser, finge que acredita.