Luiz Gama*
O jornalista Marcus Vinícius de Faria Felipe atacou o governador Marconi Perillo. Marcus Vinícius, como já disse em artigos anteriores, sofre apagão de memória.
Marcus Vinícius é um grande cara de pau que merece ganhar o troféu Óleo de Peroba. Reafirmo hoje. Ele sofre de três ‘apagões’ de memória. Vamos aos fatos, para refrescar a memória de Marcus Vinícius.
Marcus Vinícius não tem moral para falar de Marconi. Se o ex-presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecom) entre 2009 e2010 tem apagão de memória, é bom que fique sabendo, por mais que aposte na amnésia popular, que o povo goiano não tem memória curta.
Em outro artigo, enfatizei que enquanto presidiu a Agência envolveu-se em situações nebulosas até hoje não explicadas à sociedade goiana e à Justiça. Não é ele o mais indicado, o mais qualificado, o mais gabaritado para criticar o governador.
Em vésperas da eleição 2010 colocou dois censores na redação da Rádio Brasil Central para abafar boas notícias de campanha do então candidato Marconi Perillo. Retirou do ar o programa de Túlio.Isac, censurou Paulo Beringhs, apresentador do Jornal Brasil Central, o que fez com que o jornalista interrompesse a edição noturna de seu jornal e se demitisse ao vivo, por não poder entrevistar o candidato a governador pelo PSDB. A notícia negativa ganhou repercussão nacional e internacional.
Na presidência da Agecom, seis meses antes das eleições, as despesas com agências de propaganda e empresas de comunicação chegaram a R$ 80 milhões, o que superaria em duas vezes e meia o valor permitido por lei em ano eleitoral. Ele foi questionado no TRE em diversas ações, sendo inclusive alertado pelo ex-superintendente de Controle Interno da Secretaria da Fazenda (Sefaz) na época, Sinomil Soares, sobre o problema dos gastos excessivos com publicidade.
Nesse período houve um gasto atípico de R$ 30 milhões com 75 mil outdoors (um detalhe: não existe essa quantidade de outdoors no Estado. De acordo com o Sindicato de Empresas de Paineis, Outdoors, Mídia Exterior e Comunicação Visual de Goiás – Sinddoor – há apenas 4.621 outdoors legalmente registrados).
Em sua gestão foram detectados indícios de irregularidade grave cometida na confecção de 1 milhão e 857 mil de cartilhas do Detran-GO, direcionada a jovens e crianças, que configuraria desvio de mais de R$ 2,3 milhões. E o pior: tais cartilhas não puderam ser distribuídas à população, pois contêm informações equivocadas sobre questões técnicas e administrativas relacionadas ao trânsito, além de mais de 70 erros de português.
Enquanto presidente da Agecom, Marcus Vinícius, o comandante supremo da política de comunicação do desastrado governo Alcides Rodrigues gastou uma baba de dinheiro com jornais do interior sem nenhuma expressão, pagando preços acima do que é cobrado pelos grandes veículos de Goiânia. Para se ter uma ideia da exorbitância e falta de zelo com o dinheiro público, o Jornal Pouso Alto recebeu R$ 733 mil em novembro e dezembro de 2010, e um outro jornal de baixa circulação recebeu R$ 1,8 milhão. Pasmem: até março de 2006 havia 456 veículos cadastrados na Agecom e, em 2010, esse número saltou para 633.
Das agências que participaram do processo licitatório em 2008, apenas uma se enquadrou nas exigências do contrato. Mas as “escolhidas” prestaram serviços normalmente e para elas foi destinado grande parte do dinheiro que seria para pagamento do funcionalismo em dezembro de 2010. Foi uma verdadeira farra.
Para se ter uma ideia dessa farra, só no último ano de governo Alcides/Braga foram gastos R$ 115 milhões em publicidade. Marcus Vinícius deixou o sistema financeiro da Agência em estado de miséria. Tais irregularidades estão sendo investigadas pelo Ministério Público. O descalabro foi tanto que a Agecom chegou a ficar sob intervenção branca. O ex-governador que repetidas vezes afirmou que não tinha vaidades e que preferia trabalhar em silêncio, fez com que Goiás fosse apontado pelo jornal Folha de S. Paulo, com base em levantamento nacional, como o quarto Estado brasileiro que mais investiu em propaganda. E só Deus sabe onde eles enfiaram essa dinheirama.
O governo Alcides deixou seis mil quilômetros de estradas arrasadas, uma folha de pagamento atrasada, dívida de 700 milhões no Ipasgo. Alcides está sendo processado pela farra das viagens aéreas e pela compra excessiva de bebidas alcoólicas no Palácio, além de ser conhecido como o maior traidor da história de Goiás. É importante lembrar ao desmemoriado Marcus Vinícius que o governo Alcides (considerado o pior governador da história de Goiás, segundo pesquisas publicadas na imprensa), foi o único que teve as contas rejeitadas pelo TCE, não obedeceu à Lei de Responsabilidade Fiscal, não realizou obras, não melhorou o serviços prestados à população e deixou o Estado em situação crítica.
A dupla Alcides/Braga – patrões de Marcus Vinícius – acabou com o Estado. Fizeram tanto mal que até hoje o governo conserta os buracos e estragos. E os dois sumiram do mapa, talvez se dedicando a administrar o que levaram de Goiás. Marconi agora está recuperando, E não é fácil.
Quem é do meio sabe: Marcus Vinícius amordaçou, pela censura econômica, este Diário da Manhã, que hoje lhe escancara – como sempre – portas e janelas para que ele publique quando bem quer e entende seus artigos e opiniões. Enquanto presidente da Agecom destinou verbas publicitárias do governo até para jornais do Cafundó do Judas, inclusive para alguns que jamais existiram. Mas nenhum investimento em publicidade oficial encaminhou em 2010 para o Diário da Manhã.
E quem é que não se lembra de sua prisão às vésperas da eleição de 2010 por distribuir panfletos apócrifos? Repito: Marcus Vinícius, o dileto amigo de Delúbio Soares, demitido do Estado por não trabalhar e condenado pelo STF por corrupção, não tem moral para falar de Marconi. Aliás, uma pergunta para a qual ninguém tem a resposta: onde Marcus Vinícius trabalha hoje e de que vive?
Post scriptum: De minha parte, dou um conselho a Marcus Vinícius: faça como seus chefetes Alcides e Braga: esconda-se da vergonha que foi o governo de vocês.
*Luiz Gama é jornalista.