quinta-feira , 26 dezembro 2024
Opinião

Opinião: Caiado cumpre sua sina de ‘pisotear’ legados dos Ludovico: Ipasgo, Rádios e TV Brasil Central

O ódio que os Caiado carregam no coração pelos Ludovico vem dos anos 30, quando Pedro Ludovico Teixeira, um político valente, inteligente e habilidoso riscou do mapa tempos sombrios vividos em Goiás nos anos 20 debaixo da chibata de Totó Caiado, que trazia no sangue a violência, associada aos atos de bravura pessoal, de ‘brabeza’, como eles mesmos gostavam de nominar, ao punirem os mais fracos.

O arcabouço mental de Totó foi forjado na disciplina militar na Revolta da Armada. Depois ele organizou seus capangas, homens brutos dos sertões de Goiás, para tocar o terror nas terras dos outros e expulsar na base da bala.

No dia 7 de fevereiro de 1930 o diário da época publicou um pequeno texto, assinado pelo codinome de Zumbi, sobre a arrogância de Totó, que assim como Ronaldo Caiado diz, também mandava ‘prender’. Destaque para o recorte da época: “Sou senhor desta senzala, e de Goyaz todo inteiro, prendo gente em toda parte e embaixo do cajazeiro”.

Foi neste cenário que Pedro Ludovico Teixeira assumiu o poder em Goiás após a Revolução de 1930, prometendo acabar com o mandonismo oligárquico dos Caiado. Por isso decidiu mudar a Capital para a região da Campininha, hoje Goiânia, e assim ficar livre das perseguições e armadilhas dos capangas caiadistas.

Em suas memórias, o fundador da capital descreve que sofreu ataques terríveis: “durante o período interventorial meus rancorosos adversários políticos não sofreram a menor perseguição, nem foram coagidos na sua liberdade, podendo usá-la em todos os sentidos, inclusive o de tramar coisas terríveis contra mim” (Teixeira, 1973, p. 56).

Corte para os anos de 1960. Mauro Borges, filho de Pedro, chega ao governo com uma proposta cheia de ideias e estudos elaborados para modernizar o Estado, o chamado ‘Plano de Desenvo­lvimento Econômico de Goiás, Plano MB’, com um governo planejado.

Neste contexto Mauro criou as Empresas de Rádio Difusão do Estado (CERNE), Consorcio Rodoviário Intermunicipal (CRISA), a Organização de Saúde do Estado de Goiás (OSEGO), a Indústria Química do Estado de Goiás (IQUEGO), a Metais de Goiás (METAGO) e o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo).

Os Caiado nunca gostaram de ver o progresso de Goiás construído pelas mãos dos Ludovico. Passaram um século tentando macular, difamar e destruir este legado. Suponho que venha daí esse ódio rancoroso do governador Ronaldo Caiado (UB) ao atropelar os direitos dos servidores e converter o Ipasgo em privado.

Imagino que tal raiva também seja a justificativa do ataque frontal contra as rádios e TV Brasil Central, que neste momento são pisoteadas pelo governador, que toma seu patrimônio histórico e expulsa os servidores de sua casa, o prédio no Parque Santa Cruz. Nem mesmo o incêndio de 1997 foi tão devastador na Sede das emissoras como o governo Caiado.

Assim como Totó, Caiado armou uma perseguição terrível contra o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) valendo-se de tais atos desproporcionais de violência, com pressão autoritária, o uso da polícia, da calúnia e da mentira. Motivo? Caiados não aceita progresso que não tenha saído de sua ‘clã’. Assim como seu antepassado, Totó Caiado, ele se ‘coloca à mercê de forças envoltas na violência’ na tentativa do ilusório poder eterno.

Marconi representou a ‘força do trabalho’ de Pedro. Enfrentou desafios, calejou-se na política, foi a luta, mudou a cara de Goiás, tirou o atraso do Estado Velho.

Caiado vê Ludovico em Marconi. E sua missão nestes dois governos sombrios são ‘pisotear também o que Perillo construiu’. Caso dos Credeqs com suas obras abandonadas; as mudanças dos nomes dos hospitais feitos por Perillo; e, imagino que o desleixo com as rodovias construídas por Marconi é proposital. Estamos falando de um cidadão que teve a capacidade de inventar mentiras sobre a qualidade de um asfalto no nordeste goiano para atacar seu adversário, mas que não teve a coragem de ir até lá e construir algo melhor.

“A política é feita com a cabeça e não com outras partes do corpo e da alma”.
Os Caiado nunca aprenderam essa lição.

Cristiano Silva
G24H