O que Caiado trouxe para o Agro além da taxação? Zero de incentivos, empresas saindo do Estado a cada dia, portas fechando e o setor se afogando nas mãos dos bancos, com os juros nas alturas.
A safra de milho é vendida a preço de banana ou armazenada nas próprias propriedades, pois o governo Caiado não planejou incentivos para a construção de novos armazéns para acolher tanta produção. O produtor vive o ‘castigo’ de ter trabalhado com muita eficiência, gerando abundância de produção. Isso mesmo, em Goiás produzir no campo tem sido ‘castigo’. A colheita da Safrinha começará na primeira quinzena de junho e os agricultores estão vendidos, sem ter a quem recorrer.
A concorrência vai bem. Na Argentina, só nos últimos dias os produtores colheram 26,6% da área apta, o que representa um avanço de 1,7 ponto percentual em relação à semana anterior. A produtividade média nacional está em 4.600 quilos por hectare, e a estimativa de produção foi mantida em 36 milhões de toneladas. Mesmo com a crise o governo argentino fechou uma parceria com o Agro, os produtores e exportadores de soja poderão até o final de setembro vender e exportar a tonelada do grão usando uma taxa de câmbio especial. Fortalecer a produção rural foi o caminho encontrado. Diferente de Caiado, não?
Em Goiás teremos uma safra gigante de sorgo, e o preço diante da grande oferta? Só Deus sabe. Os preços da Soja, da arroba do boi e de toda cadeia de proteínas estão despencando. O que fez Caiado para socorrer os produtores rurais? A ultima vez que as autoridades se reuniram, em quase seis anos de gestão, foi para penalizar o setor e criar a taxa da Agro, justamente neste momento catastrófico para o setor.
Não para por ai, com juros nas alturas a conta não fecha e logo os bancos irão restringir mais ainda o credito. Imagine! Pergunta: quem está no comando da Secretaria de Agricultura? Vamos, diga sem dar um google. Ninguém sabe sequer o nome do atual secretário, tamanha sua importância. Na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, o presidente parece estar em outro planeta, aliás, a Faeg aqui há mais de 10 anos repete a mesma ladainha de crise do setor leiteiro, sem apresentar nada de novo. A bandeira desbotou. A federação aceitou calada a taxa do Caiado e calada permanece.
E a conta? Empréstimos bancários, mais equipamentos novos, mais: falta de silos e locais para armazenamento, mais: falta de incentivo, mais queda nos preços, mais taxa do Caiado. A conta não fecha. É prejuízo no bolso.
Cristiano Silva
G24H