Investigada por suspeita de fazer transferências para pagamentos de contas pessoais de Michelle Bolsonaro e da família dela, a empresa Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou o mesmo valor, totalizando uma movimentação de R$ 32,2 milhões entre janeiro de 2020 e fim de abril deste ano em movimentação incompatível com os recursos, segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) entregues à CPMI dos Atos Golpistas.
O Coaf aponta que a Cedro do Líbano fez ao menos duas transferência de R$ 8.330,00 ao sargento do Exército Luís Marcos Dos Reis, que atuava com o tenente-coronel Mauro Cid na Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República. Os dois militares estão presos.
Em depoimento à Polícia Federal, Reis afirmou que repassou o dinheiro a pessoas indicadas por assessoras de Michelle, entre elas a tia da ex-primeira-dama, Maria Graces de Moraes Braga, para quem o assessor fez 12 depósitos em espécie.
Nesta quinta-feira (10), o senador Jorge Kajuru (PSB) solicitou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Golpistas, a quebra de sigilos fiscal e bancário da madeireira e de seu dono, Vanderlei Cardoso de Barros.