segunda-feira , 23 dezembro 2024
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Jair Bolsonaro usou o governo para vender joias e receber dinheiro vivo, indica Polícia Federal

Novos desdobramentos aparecem a todo momento na investigação sobre um esquema que envolve desvio e comercialização internacional de presentes oferecidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante missões oficiais. Nesta sexta-feira (11), a Polícia Federal deu início a uma operação de busca e apreensão que visa aprofundar as apurações. A ação abrangeu o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o advogado Frederick Wassef, o assessor Osmar Crivelatti e o próprio Mauro Cid.

Segundo informações apuradas pela Polícia Federal, o dinheiro resultante da venda das joias, que eram oferecidas como presentes ao governo brasileiro, eram transferidos em espécie para o ex-presidente Jair Bolsonaro. O esquema teria ocorrido por meio de intermediários, evitando o sistema bancário formal, buscando ocultar a origem e a propriedade dos recursos.

Trechos da investigação da Polícia Federal citados na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, apontam para a conexão direta entre as vendas das joias e a transferência de dinheiro em espécie para Bolsonaro. Através de mensagens recuperadas do celular de Mauro Cid, a PF identificou diálogos em que o ex-ajudante de ordens discutia a entrega de dinheiro a Bolsonaro. Em uma das mensagens, Cid expressou:

“Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levar em cash aí. Meu pai estava querendo inclusive ir aí falar com o presidente, dar abraço nele, né? E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…) Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né.”

As investigações também sugerem que as joias foram transportadas para o exterior durante viagens presidenciais, utilizando aeronaves da Força Aérea Brasileira. Um exemplo citado ocorreu durante uma viagem aos Estados Unidos em junho de 2022, quando Mauro Cid se distanciou da delegação presidencial para realizar a venda de relógios de luxo. Os valores da venda foram direcionados para a conta de seu pai no exterior, o general Cid.

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