Nesta quarta-feira (20), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou a Operação Falso Profeta, com o objetivo de cumprir dois mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão contra uma organização suspeita de realizar golpes que afetaram mais de 50 mil vítimas no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Paraná, São Paulo e até no exterior.
Cerca de 100 policiais civis atuam na Operação Falso Profeta. Um dos alvos da operação é o pastor de Goianésia, Osório José Lopes Júnior, apontado como líder do grupo. Além do religioso goiano, que é deficiente visual, e outros pastores ligados a ele, os investigadores cumprem mandados contra ex-candidatos a deputados federais e ex-candidatos a prefeitos.
Em 2018 o pastor foi denunciado pela primeira vez. Ele afirmava ter ganhado uma Letra do Tesouro Nacional no valor de R$ 1 bilhão, mas precisava de dinheiro para conseguir resgatar o valor total. Como recompensa a quem emprestasse o dinheiro, o pastor prometeu lucros até dez vezes o total repassado. Ele chegou a ser preso, mas passou a responder em liberdade.
Cerca de 10 moradores prestaram queixa formal em Goianésia, mas a investigação aponta que foram pelo menos 30 vítimas na região. O delegado afirma que uma pessoa sozinha teve prejuízo de R$ 1,5 milhão. Segundo a polícia, na época, o pastor, junto com outras duas pessoas, conseguiu cerca de R$ 15 milhões com o golpe.
A investigação revela que os suspeitos compunham uma rede criminosa altamente organizada, com uma estrutura meticulosa e divisão de tarefas, especializada em uma série de crimes, incluindo falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionato por meio de plataformas de redes sociais.
O grupo é investigado por usar o nome do ex-ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, para aplicar golpes milionários em fiéis das igrejas, bem como em lives na internet.
