terça-feira , 16 julho 2024
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Caso Escobar: “se Jorge Caiado não sabia de nada da morte do meu filho, como ele diz, o que estava fazendo com a ‘ficha do Fábio’?”, pergunta José Escobar

Um ano antes da morte do ex-coordenador da campanha de Caiado em Anápolis, Fábio Escobar, assassinado após romper com o governo e denunciar corrupção, ainda durante a Operação Negociatas, a Polícia Civil havia apreendido o telefone celular de Cacai Toledo, apontado como mandante do crime, e nele estão provas que esclarecem alguns mistérios.

Foi após a análise dessas mensagens que surgiu o nome de Jorge Luiz Ramos Caiado, primo do governador. Ele recebeu uma mensagem de Cacai na qual ele dizia que Escobar naquele instante estava num evento em Anápolis “encarando todo mundo no palanque”.

Corte para o diálogo com Jorge Caiado:

“O Ronaldo [Caiado] tá aqui… Rasmussen já tá de olho nele… Mas precisa de uma ação enérgica nossa”, escreveu Cacai. Não há registro de resposta de Jorge Caiado, mas, segundo a polícia, ocorreram “três ligações de WhatsApp na sequência, sendo que a segunda ligação, realizada, às 14:45:40, durou 2 minutos e 32 segundos. Não é possível saber o conteúdo da ligação”.

O Rasmussen citado por Cacai é o tenente-coronel da PM Franz Augusto Marlus Rasmussen Rodrigues, que respondeu:

“Quem é?… Tem o nome dele?”, indagou Rasmussen. Cacai respondeu: “Bandido, perigoso… fica xingando o Ronaldo nas redes sociais… Fábio Escobar… Jorge Caiado tem a ficha dele… Tá sabendo de tudo. Ficar de olho no final do evento, ele gosta de causar tumulto”.

De acordo com a polícia, Rasmussen sugeriu então “quebrar ele no cassete [sic]”. Ao que Cacai respondeu que “já passou da hora”.

Para o pai de Fábio Escobar, José Escobar, a mensagem acima desmente o primo do governador, Jorge Caiado, que para se livrar do problema tem afirmado que não sabia de nada, das intenções de Cacai Toledo, suspeito pela ‘empreitada’ que terminou com 8 mortes.

“Jorge Caiado tem mentido em depoimento e entrevistas que não sabia de nada. Se não sabia de nada, porque estava andando com uma tal ‘ficha’ do Fabinho, como o próprio Cacai Toledo falou para o Rasmussen? Para arranjar emprego no governo é que não foi. Tenho certeza que ele ajudou a matar o meu filho. Pior, ele está tumultuando as investigações e o Cacai está foragido”, disse José Escobar.

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