Antes de ser morto em uma emboscada na noite do dia 23 de junho de 2021, em Anápolis/GO, o ex-coordenador da campanha de Caiado (2018), Fábio Escobar, rompeu com o governo que ajudou a eleger e passou a denunciar caixa dois do partido do governador durante o período eleitoral e corrupção no governo. Esta foi a sua sentença de morte.
Calar uma denúncia na tiro, na bala, é covardia. As mortes de Fábio Escobar e mais 7 pessoas, entre elas uma grávida de 7 meses, provocadas por policiais militares, estão sendo investigadas pela justiça em Goiás.
Carlos César Savastano [Cacai] Toledo, ex-presidente do partido do governador em Anápolis, tido como afilhado de Caiado, foi apontado como autor intelectual do crime e está foragido.
Antes do caso Escobar explodir, o telefone de Cacai Toledo foi apreendido em 2020, enquanto atuava como diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento de Goiás (Codego), ele também foi preso em uma operação da Polícia Civil que apurava desvio de dinheiro público.
No aparelho estão diálogos, prints de conversas e relatos que lançam luz neste caso. Um deles foi um print de uma pessoa informando o governador Ronaldo Caiado sobre Fábio Escobar.
Após mandar uma foto em um evento político, onde estavam o ex-deputado federal Jovair Arantes e o prefeito Roberto Naves, o homem disse:
“Olha aí governador, o cara que criticou o Cacai nas redes. Olha com quem estava na campanha. Cuidado com esse Roberto”, e prosseguiu, “sou neto do Alcides Baiano de São Francisco, pessoal Bonfim de Feira, do Tadeu que trabalhou com o senhor. Cacai sempre foi seu parceiro”.
Três perguntas: quem é o neto de Alcides Baiano? Qual a relação dele com Cacai Toledo? Por que enviou a informação sobre Fábio Escobar para Ronaldo Caiado?
Uma coisa é certa: Caiado tinha informantes ao redor de Fábio Escobar e sempre soube de tudo. Talvez isto explique seu silêncio sobre o caso.