• Rastro rural
Uma nova pista reforça o rastro de corrupção, investigada pela PF no União Brasil da Bahia, e atravessa o governo Caiado em Goiás.
A Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (EMATER) firmou um contrato, assinado pelo presidente do órgão, Rafael Gouveia, no dia 11 de setembro de 2024, com a Larclean Saúde Ambiental Ltda, investigada na Operação Overclean.
A empresa é representada por Fábio Rezende Parente, apontado como operador financeiro de uma organização criminosa. A assinatura dele também aparece na EMATER.
A denúncia é fruto de apuração do Goiás24Horas, com base em documentos oficiais e fontes internas do governo que não concordam com as maracutaias.
• Esquema reincidente
O contrato com a EMATER não é um caso isolado. A Larclean também foi contratada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), por R$ 1,2 milhão, e pela Secretaria de Administração (SEAD), sob responsabilidade de Bruno D’Abadia.
Em todos os casos, o padrão se repete: serviços de dedetização, contratos altos e a assinatura de Fábio Parente. A recorrência mostra que a empresa circulava com liberdade dentro da estrutura do governo estadual.
• Conexão baiana
Fábio e seu irmão, Alex Rezende Parente, são ligados a Marcos Moura, o “Rei do Lixo” . Os três chegaram a ser presos na Bahia.
Juntos, segundo a PF, eles montaram um esquema para fraudar licitações e lavar dinheiro em diversos estados, com suporte político. Todos estão ligados a ACM Neto, principal articulador do União Brasil e padrinho da candidatura presidencial de Caiado.
A Overclean revelou que esse suposto núcleo criminoso se expandiu com contratos públicos e emendas parlamentares direcionadas pelo Brasil, em Estado governados por políticos do União Brasil e também prefeituras.
• Contrato triplo
Agora são três contratos confirmados com o governo de Goiás: SSP, SEAD e EMATER. Três portas abertas para uma empresa investigada por corrupção, fraude e lavagem de dinheiro. A rede está sendo desvendada passo a passo, com pistas colhidas dentro do próprio governo.
O que se dizia ser apenas dedetização era, na verdade, um disfarce para um sistema bem mais tóxico. A PF já mapeou o núcleo criminoso — falta descobrir quem garantiu o acesso à máquina pública em Goiás.