terça-feira , 13 maio 2025
Opinião

Política da violência no governo Caiado e o significado da Bala em Goiás. Redução de homicídios foi tímida, conforme Atlas da Violência

• Caso Ellen

O assassinato brutal da jovem Ellen Cristina Caetano, de apenas 19 anos, na Vila Redenção, em Goiânia, escancarou uma ferida exposta no governo Caiado: violência cotidiana, mortes anunciadas e, inclua na lista, a ausência de “proteção real” às mulheres em casa.

As imagens divulgadas pelo Goiás24Horas na noite de segunda-feira (12) são um soco no estômago: Ellen, acuada, tenta fugir do assassino Elber Silvino de Freitas Lopes, 43 anos, que parte para cima dela com uma faca em punho, diante de todos. Ela tenta subir no balcão, escapa por segundos, mas não resiste às facadas. Morre ali, sem chance.

Ellen não foi a primeira, não será a última – e a barbárie está documentada em vídeo.

• Reflexo da mão de ferro

A política da mão de ferro de Caiado, onde a violência policial é festejada como solução de tudo, vai passando pelos autoritários de plantão, em suas bolhas de poderes, até desaguar no lar, onde se vive sob a ordem do “marido como chefe”.

Enquanto o Brasil celebra uma redução histórica no número de homicídios – 45.747 mortes em 2023, menor taxa em 11 anos, segundo o Atlas da Violência 2025 –, Goiás patina. A queda é tímida por aqui.

No Ceará, por exemplo, os homicídios caíram 33,1% em uma década. São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal também são destaques positivos. Mas em Goiás, o sangue continua correndo – nas ruas, nos lares, nos bares.

• Política do ódio

Sob o governo Caiado, consolidou-se um modelo de segurança pública que estimula o confronto, o revide, a eliminação. A Polícia Militar, inflamada por discursos raivosos do próprio governador, atua como se estivesse numa guerra: tiros antes de perguntas, agressões antes de diálogo, truculência como rotina, criando um caldo social explosivo.

A ideia de segurança foi sequestrada por um projeto de força bruta e belicismo. Não é à toa que Goiás não acompanha a tendência nacional de redução da violência. Aqui, sob o símbolo da intolerância, o Estado virou campo de guerra – e a sociedade, seu principal alvo.

Cristiano Silva
Editor