• Desprezo, nada mais…
O único sentimento que Caiado (UB) demonstra por Jair Bolsonaro (PL) é desprezo. Ao condicionar uma possível anistia ao ex-presidente à sua improvável vitória em 2026, revela oportunismo.
Um verdadeiro amigo não se aproveita da angústia alheia. Aliás, desde a pandemia, Caiado foi mais leal a Mandetta, ex-ministro da Saúde, adversário declarado de Bolsonaro.
A aliança entre os dois foi fortalecida enquanto Mandetta deixava o governo atacando o presidente, e Caiado seguia o mesmo tom. O Palácios das Esmeraldas virou cenário do programa Fantástico da TV Globo, para bombardear o ex-presidente.
• Ajudou a capturar bolsonaristas
Caiado perseguiu os “patriotas” após os atos de 8 de janeiro de 2023. Não apenas condenou, como se vangloriou de ter ajudado a prender oito ônibus lotados e entregado os manifestantes à prisão. Depois ofereceu celas em Goiás para trancar os tais “terroristas”, como expressou o site de notícias do governo goiano.
Caiado bombardeou os presos do 8 de janeiros e colheu aplausos da esquerda, mas foi visto com desconfiança pela base bolsonarista que um dia tentou cortejar — e que o vaiou em rede nacional em 2022, no palanque de Rio Verde, ao lado de Bolsonaro. Orgulhoso, Caiado nunca se esqueceu da vergonhosa vaia e se vingou no dia 9 de janeiro de 2023.
• Lula agradece
Em 4 de abril de 2025, Caiado lançou sua pré-candidatura à Presidência em Salvador. O evento escancarou seu isolamento: nem o presidente nacional do União Brasil, nem governadores, ministros ou líderes de peso do partido apareceram.
Sua candidatura sem apoio divide a direita, favorece Lula (PT) e enfraquece a oposição. Com 2% nas pesquisas, Caiado tenta se agarrar na aba de Bolsonaro, mas acaba fortalecendo o projeto da esquerda. A divisão que causa (mais parece projeto de vingança) pode ser decisiva em 2026 — e o PT agradece.
Cristiano Silva
Editor