Veja matéria publicada no site do jornal Opção:
O deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO) divulgou nesta manhã de sexta-feira (7/3) que apoia e concorda com a posição do líder da legenda, Eduardo Cunha, que entre diversos depoimentos disse que o PMDB deve pensar a aliança com o PT. Mabel chamou o PT de “arrogante e intransigente ” e disse que o partido deve consultar a antecipação das convenções e não apoiar mais a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
O parlamentar também disse que essa posição do PT fez com que eles amargassem grandes derrotas. “Embriagados pelo poder, acham que podem tudo sozinhos, que estão acima de acordos e da palavra dada. Diante de tanta prepotência, o melhor é seguirmos independentes”, disse defendendo o rompimento da aliança. Sandro Mabel afirmou que o PMDB preza por acordos e honra compromisso, e que é impossível ficar junto a uma legenda que despreza essas premissas. “Aliança se faz com ‘gente grande’, e parte do PT está provando que ainda engatinha”.
A polêmica começou depois de uma declaração do presidente nacional do PT, Rui Falcão, durante sua passagem no Sambódromo carioca no último domingo (2/3). O petista teria afirmado que o grupo liderado pelo deputado peemedebista está “insatisfeito” porque não foi contemplado pela reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff e estariam pressionando por mais cargos no governo. Após esse depoimento de Falcão, o vice-líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani, teria chamado o petista de vagabundo. Picciani teria dito que apoia o PT desde 1989 e nunca pediu cargos, mas sim recusou os que lhe foram oferecidos.
Nesta sexta-feira (7) o deputado Eduardo Cunha postou mais declarações em seu Twitter referentes ao presidente do PT, Rui Falcão. Ele iniciou dizendo que deveria esclarecer algumas questões e em seguida disse que ele foi agredido por Rui Falcão durante o carnaval e que simplesmente reagiu com “a dureza que merecia”. “Engraçado, eu sou agredido pelo Rui Falcão, respondo, aí ele vem e diz que não aceita ultimato? Quem está dando ultimato? Ele quer se fazer de vítima”, escreveu.
Isso porque na última quinta-feira (6/3) o presidente do PT disse que não aceitaria ultimatos, e ressaltou que tem desentendimentos com o líder do PMDB. “O líder do PMDB, nosso principal aliado, não pode estar no governo e fazer oposição ao mesmo tempo. É preciso se definir”, disse.
Eduardo Cunha sustenta que não fez pressão alguma em nome do PMDB e ainda disse que insiste em ficar na bancada da Câmara, mas gostaria de ter saído há muito tempo. “O número de insatisfeitos na bancada do PMDB aumenta a cada dia e parece que vai aumentar mais com essas agressões descabidas.” O deputado reiterou que a posição a ser adotada não será sua, mas de toda a bancada , e que quem irá decidir se o PMDB é oposição ou governo é o partido, e não ele. “E Vicentinho [deputado federal pelo PT], com todo o respeito que você merece, cuide da bancada do PT e deixe que nós cuidamos da nossa”