Veja matéria de Helton Lenine:
Um excluído do PMDB goiano
Ex-deputado acusa executiva estadual do partido de excluí-lo nos debates sobre escolha do candidato a governador, em encontros regionais, como ocorreu em Catalão, no último sábado
Diário da Manhã
Helton Lenine
Num momento em que os partidos estão desacreditados perante a sociedade, o ex-deputado estadual Ivan Ornelas – um mandato pelo PMDB e outro pelo PT – acusa a direção estadual do PMDB de impedir o debate interno, no partido, sobre a escolha do candidato ao governo estadual para as eleições de 2014.
Após encaminhar ofício ao partido, em maio, solicitando o registro de sua pré-candidatura a governador, Ivan Ornelas, que atua como advogado na Região do Entorno do Distrito Federal e Nordeste goiano, responsabiliza o presidente Samuel Belchior e membros da executiva do PMDB goiano de impedir sua participação nos encontros regionais do partido, como aconteceu em Catalão, de expor suas propostas e ideias sobre a sucessão estadual.
O ex-deputado lembra que apenas o ex-prefeito Iris Rezende e o empresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi foram convidados pela direção para o encontro de Catalão. “Um trânsfuga como Júnior Friboi, que andou por tantos partidos, como PSDB, PTB e PSB, vem agora sentar na cabeceira da mesa do PMDB, achando que vai comprar as bases do partido na tentativa de alimentar sua vaidade de chegar ao Palácio das Esmeraldas.”
Em visita à redação do DM, Ivan Ornelas diz que apenas quer aprofundar o debate sobre a realidade política do Estado junto à militância do PMDB. Ele sustenta que esse direito “legítimo” está sendo negado. “Não me consideram, não aceitam que, democraticamente, eu me apresente aos companheiros do PMDB nos encontros regionais. É algo autoritário e antipovo.”
Ivan Ornelas lembra que a direção do PMDB colabora com o distanciamento do partido das bases e da sociedade, em um instante que as pesquisas mostram que as legendas estão desacreditadas perante a opinião pública. “O que vejo é a executiva do meu partido dando munição para o aprofundamento do desgaste ainda maior da legenda perante a população goiana.”
O pré-candidato a governador se sente excluído da discussão sobre qual deve ser o candidato do PMDB ao governo estadual. “Ao não permitir que eu participe dos encontros regionais do PMDB, o presidente Samuel Belchior adota uma posição autoritária, excludente, fascista até, pois me impede de externar minhas posições sobre a vida político-administrativa de Goiás.
Ivan Ornelas lembra que o presidente Samuel Belchior precisa atuar no sentido de que o PMDB, como instituição, se aproxime da sociedade. “De forma arrogante e prepotente, ele conduz a executiva ao seu modo, sem ouvir ninguém, excluindo o debate interno e se afastando cada vez da vontade popular expressa nas manifestações de rua.”
O peemedebista diz que, se sua pré-candidatura é “frágil” perante ao diretório estadual do PMDB, sua posição coincide com a “vontade popular”, de se discutir um novo projeto político-administrativo para Goiás. “Pesquisa Serpes revela que 76,4% da população quer algo novo, diferente para o governo estadual. E Samuel Belchior insiste em não enxergar isso.”
Ivan Ornelas lembra que, apesar de ser um partido como história na luta pela redemocratização do País e de ação administrativa em Goiás, o PMDB está debilitado, sob a gestão de Samuel Belchior. “Dos 246 municípios goianos, o PMDB tem 150 comissões provisórias, o que demonstra ineficiência para um partido que busca a retomada do poder. São comissões encomendadas e que apenas abriga os protegidos políticos da executiva regional estado afora.”
A reportagem tentou ouvir o deputado Samuel Belchior, presidente do PMDB goiano, mas não foi encontrado em seu gabinete, tanto na Assembleia Legislativa quanto no Diretório Estadual, além do telefone celular – 8472xx37 – estar na caixa de mensagem.