Leia o editorial publicado no portal da Rádio 730 (www.radio730.com.br)
O encontro desta semana em Goiânia serviu para o PSDB oficializar três candidaturas. A do mineiro Aécio Neves a presidente da República. A reeleição do governador Marconi Perillo. E a terceira, a do deputado Vilmar Rocha a senador. Vilmar é do PSD, porém, é mais tucano que qualquer pássaro emplumado de bico grande que povoa os ares do Estado.
Das postulações, a mais encaminhada é a de Aécio, cujo estágio é o de espera. Se a economia continuar pífia, inclusive com desindustrialização, a presidente Dilma Rousseff pode ter sérias dificuldades. Falta a Aécio um projeto de país. Até agora, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem sido um opositor mais incisivo do que seus companheiros que precisam de voto. Aécio tem sido um senador discreto, ausente dos grandes debates, sem o brilho demonstrado no governo de Minas Gerais. Mesmo fraco no parlamento, Aécio é o que resta ao PSDB, pois o grupo de São Paulo já foi testado e reprovado nas últimas três eleições.
Marconi Perillo diz em público que não vai falar em eleição e nos bastidores não tem outro assunto. É claro que Marconi quer ser candidato. É claro que Marconi quer ser reeleito. Enquanto ele não jogar pedra na Lua nem rasgar dinheiro, se pode afirmar com segurança que deseja continuar no comando do Executivo. As condições se apresentam favoráveis à reeleição de Marconi, apesar de adversários zombarem de suas chances. Quem ri de Marconi costuma chorar por último. O governador já se recuperou dos desgastes:
No primeiro ano, se livrou do caos deixado por Alcides Rodrigues.
Em 2012, superou o trauma de Carlinhos Cachoeira.
Neste 2013, Marconi só não engatou quinta nas obras porque gestão moderna dispõe de câmbio automático. Está refazendo as estradas. Os dados dos exames nacionais mostram que o arrojo de Thiago Peixoto melhorou a Educação. Jayme Rincón cumpre as promessas de reconstruir 2 mil quilômetros de rodovias e promete consertar as demais. O maior entrave é a segurança pública, que mudou de secretário e continua capenga.
Assim como o PSDB está sem bandeira para empunhar contra Dilma, a dupla PT-PMDB precisa de um tema para tirar Marconi da cadeira. A oposição ao governo estadual não consegue se entender sequer entre os 15 da Assembleia, com acusações de traição e suspeita em todas as legendas.
Quanto a Vilmar Rocha, sua pretensão de virar senador se consolida na base marconista. O dono da vaga em disputa, Cyro Miranda, começa a espernear, se dizendo candidato natural. Esperou chegar 31 de fevereiro para reagir. Cyro nunca teve voto nem entre os empresários que ele dizia representar. Ganhou sem esforço o mandato de senador após a eleição de Marconi ao governo e pouco fez para merecer aplausos. Agora, na bacia das almas penadas, Cyro caitituou no PSDB uma presidência de comissão no Senado, mas é tarde demais. Seu lugar na chapa será de Vilmar Rocha. Cyro vai participar da disputa de senador, mas como eleitor.
O encontro do PSDB pode ser resumido em duas frases:
Para derrotar Dilma Rousseff, Aécio Neves terá de torcer dia e noite para a economia continuar estagnada.
Para vencer o Marconi de 2014, só se aparecer um Marconi como o de 98. Por enquanto, reina a estagnação na turma do contra.