quinta-feira , 2 maio 2024
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Jornal Opção diz que Caiado fará reforma do secretariado e relaciona quem deve sair do governo

A coluna Bastidores do Jornal Opção deste domingo (28) afirma que o governador não está satisfeito com o rendimento do governo e fará reforma do secretariado em setembro.

O semanário diz que devem sair os secretários Wilder Morais (Indústria e Comércio), Adriano Rocha Lima (Desenvolvimento e Inovação), Ismael Alexandrino (Saúde), Fátima Gavioli (Educação) e Valéria Torres (Comunicação).

A mexida, segundo o jornal, seria maior nos escalões inferiores, que Caiado avalia que estão travando o governo.

Quem sai:

Wilder Morais — Se quiser, continua na Secretaria de Indústria e Comércio. Mas pode sair para disputar a Prefeitura de Goiânia. É um secretário forte e prestigiado por Ronaldo Caiado. Mas sua visão não coaduna, em linhas gerais, com o projeto do gestor estadual e, sobretudo, da secretaria da Economia, Cristiane Schmidt. Ele é mais pró-empresário, sempre avaliando que os incentivos fiscais são responsáveis pela atração de novos negócios. Já Cristiane Schmidt não gosta nem de ouvir as palavras incentivos fiscais, fica-se com a impressão de que soam, aos seus ouvidos, como “malandros fiscais”, ou como “sonegação fiscal”. Há uma questão que enerva Wilder Morais: ele sabe que não terá o apoio de Caiado para disputar a prefeitura. O governador prefere subir no palanque de Iris Rezende, porque avalia que, embora seja um bom nome, o ex-senador não tem cacife eleitoral.

Adriano Rocha Lima — O secretário de Desenvolvimento e Inovação é visto como um “avião”, mas teórico, e pouco prático. Pode ser afastado ou transferido para outra área. Há quem sugira que sua equipe é composta por “amadores”. Mas um auxiliar de Caiado discorda: “Adriano é bem-intencionado, tem boas ideias. O que lhe falta é experiência administrativa. Ele tende a ficar quatro anos falando de teorias, todas maravilhosas, mas sem apresentar resultados. Porque não canalizar sua criatividade”. Não chega a ser uma decepção, porque é decente e sério. Mas precisa entender, de maneira mais adequada, como funciona o setor público.

Ismael Alexandrino — Secretário da Saúde. Diga-se que Caiado gosta de Alexandrino. “Mas, se é bom para elaborar projetos, deveria ser contratado como autor de projetos, não como secretário da Saúde”, afirma um médico que é muito próximo do governador. “Talvez lhe coubesse, de maneira mais adequada, uma superintendência.” Ele é isto como um secretário que “não rouba”. Mas deixa a imagem de que o secretário de fato é Caiado. Ele já esteve mais bem avaliado. O problema é que não consegue deslanchar. Está praticamente repetindo o governo anterior. Sairá em setembro? Talvez não. Há quem acredite que está sobrecarregado, talvez por ser centralizador.

Fátima Gavioli — Secretária da Educação. O seu estilo paz, amor e abraço funcionou no início, mas cansou. A avaliação fica por conta de um caiadista: “Como veio sozinha para Goiás, está trabalhando basicamente com a equipe que colaborava com a ex-secretária Raquel Teixeira e está sendo ‘dominada’ por ela. É a pasta mais politizada do governo — os subsecretários foram indicados por políticos —, e não exatamente por causa de Fátima. Dificilmente dará certo. Caiado exige que os alunos saem bem em português, matemática e língua estrangeira, mas até agora a secretária investiu escassa energia para atendê-lo. Um de seus problemas é que quer ficar bem com todo mundo. Ela só teve coragem de enfrentar Manoel Barbosa, superintendente que estava trabalhando para ser deputado, mas há outros problemas, e elak prefere empurrá-los com a barriga”. Na secretaria, depois de o deputado José Nelto apelidá-la de “Polyana do Cerrado”, os funcionários começam a nominá-la de Fátima “Saidoli”.

Valéria Torres — Secretária de Comunicação. No governo há um consenso: a antropóloga é expert em leitura de pesquisa, mas ente

mas entende pouco de comunicação. Ela não se relaciona com editores, repórteres e proprietários de jornais — exceto com os eternos “aduladores” de governo. Não aprecia imprensa crítica. Inquirida sobre o motivo de não se relacionar com o mercado, teria dito que os jornais “x” e “y” são contra o governo. São? Na verdade, não. São críticos. É provável que a secretária pense que os jornais “querem” dinheiro. Talvez queiram, no geral, informações precisas. O governo de Caiado não tem um porta-voz, o que desgasta o governador. É comum jornalistas ligarem para vários secretários para que discutam um tema apresentado por deputados, inclusive da situação, e não encontrarem um interlocutor apto a prestar as informações, a fazer o contraponto.

Muito ligada a Gracinha Caiado, a primeira-dama, Valéria Torres é competente, mas talvez esteja no lugar errado (ou talvez o momento seja errado). Pode ser remanejada? Pode. Mas, se ficar, precisa estabelecer uma política de comunicação para o governo. Precisa ficar mais próxima do governo como um todo, e menos de familiares do governador. Não se tata de uma técnica incompetente. O que lhe falta é conhecimento da mídia em Goiás. A falta de conhecimento leva-a a ser envenenada por jornalistas-assessores que, por um motivo ou outro, não gostam do jornal “x” ou do jornal “y”. Pode estar sendo iludida na sua boa vontade de acolher versões que, a rigor, às vezes nada têm a ver com fatos.