A Folha de S. Paulo, o maior jornal do país em circulação, promoveu no último fim de semana um seminário com 187 profissionais que trabalharam na cobertura das manifestações de rua em todo o Brasil.
O objetivo foi fazer uma autocrítica, já que a Folha percebeu – e isso não foi difícil – que os protestos também tiveram como alvo a grande imprensa.
Uma das conclusões foi que o jornal precisa redirecionar seu foco editorial, que é muito preocupado com a “politica palaciana” e pouco com os interesses populares.
Em Goiás, um dos Estados onde as manifestações mais se voltaram contra a grande imprensa, os veículos locais continuam fingindo que não é com eles.
Além de carros depredados das principais TVs e pelo menos um jornalista agredido (Honório Jacometto, da TV Anhanguera), Goiás foi o único Estado que registrou ataque a um jornal impresso, no caso O Popular, que teve um carro com o seu logotipo semi-destruído.
Nesta segunda-feira, a repórter política Fabiana Pulcineli escreve seu artigo semanal em O Popular e continua pontificando com lições que fazem crer que ela se investe por conta própria de um mandato da sociedade – o que não é verdade, pelo menos a se julgar pela insatisfação captada durante os protestos em Goiânia. Em um deles, a multidão se dirigiu à sede do Grupo Jaime Câmara, que edita O Popular, e tentou invadir o prédio, que teve de ser protegido por um batalhão da Polícia Militar.
As ruas deram o seu recado. Mas nossos jornalistas de “elite” se recusam a entender.