O jornal O Popular errou na edição da pesquisa Serpes sobre as eleições para governador e senador, neste domingo?
A repórter política Fabiana Pulcineli, que escreveu a matéria, e a editora-chefe Cileide Alves, que publicou um comentário a respeito, não fizeram nenhuma menção ao fato da pesquisa evidenciar uma contradição monumental: enquanto, por um lado, os entrevistados pelo Serpes declararam desejar um nome “novo” para o Governo do Estado, por outro esses mesmos entrevistados consagraram nomes “velhos” como os seus preferidos para a próxima eleição – os “velhos” Marconi Perillo e Iris Rezende são os líderes absolutos das intenções de votos apurada na pesquisa.
A contradição está muito bem explicitada nas manchetes de O Popular na página 10 – eleitor deseja o novo – e na página 11 – eleitor prefere Marconi e Iris.
Como assim? Ninguém na redação de O Popular percebeu? Que eleitor é esse que quer o novo, mas sufraga Marconi e Iris?
A contradição passou batida pelas jornalistas Cileide Alves e Fabiana Pulcineli – que se esmeraram em destacar a suposta preferência pelo “novo”, em tom de comemoração.
Tom impróprio, aliás. Ao jornalista, compete ser objetivo e mostrar todos os aspectos que envolvem um fato de qualquer natureza, sem paixão.
É concreto: enquanto, por um lado, mostram o desejo de ver um nome novo disputando o Governo do Estado, os mesmos entrevistados do Serpes escolhem – na espontânea e na estimulada – nomes já conhecidos, como Marconi Perillo,Iris Rezende, Ronaldo Caiado e Vanderlan Cardoso como suas opções preferenciais para governador de Goiás. E olha que a cartela da pesquisa ofereceu vários nomes “novos”, entre eles Júnior Friboi e Samuel Belchior, novíssimos, aliás.
Cileide e Fabiana se concentraram na suposta preferência pelo “novo” na eleição do ano que vem. Mas é de se perguntar: quem, confrontado com o “novo” e o “velho”, escolhe o “velho”?
O Popular, neste domingo, ficou devendo aos leitores. Errou.
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