O site Goiás 247, hospedado no portal Brasil 247, fez análise do desempenho pífio de Paulo Garcia na pesquisa.
O petista fracassou tanto na corrida para governador, como na avaliação de sua gestão. Um fracasso retumbante.
A matéria diz que Iris Rezende precisa ter jogo cintura para reerguer Paulo Garcia e assim não se prejudicar com a baixíssima popularidade do prefeito. Afinal, Iris quer ser candidato ao governo e ter um aliado enfraquecido na Capital não ajudaria em nada o cacique peemedebista.
Veja a matéria:
MAL AVALIADO, GARCIA TIRA VOTOS DE IRIS EM GOIÂNIA
Goiás247 – Favorito para encabeçar a chapa da oposição na disputa pelo governo de Goiás em 2014, o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) tem agora um problema a mais para administrar. Precisará explicar para o eleitor goianiense as razões do apoio incondicional dado ao petista Paulo Garcia, prefeito reeleito da Capital, cuja avaliação positiva foi medida pelo Serpes a pedido do jornal O Popular em rasos 18,2%.
A comparação pode ser imprópria do ponto de vista metodológico, mas politicamente é impossível deixar de notar que, vencedor das eleições de 2012 já no primeiro turno, com 57,68% dos votos, a dilapidação do capital político de Paulo Garcia de lá para cá é espantosa, quase 40%. Não é, porém, inexplicável. Célebre no bastidor, motivo de análises entre articulistas, a arrogância do prefeito foi inflada por seu sucesso nas urnas. Fez-se notada pelo cidadão comum.
Um exemplo. Paulo desconsiderou solenemente os rogos da oposição na Câmara Municipal e da sociedade. Com mão de ferro, martelou até mesmo aliados históricos, correligionários, para garantir a aprovação de uma revisão extemporânea do Plano Diretor contra os interesses da coletividade – o maior, talvez o único beneficiado com a mudança, foi a empresa Hypermarcas, que está entre as maiores financiadoras das campanhas do PT.
Mas, se o prefeito julgou-se ungido pelas urnas para promover mudanças urbanísticas profundas sem o devido debate, a sociedade acaba por dar-lhe um choque de realidade. Primeiro, nas críticas contumazes de instituições do calibre da Universidade Federal de Goiás, da Ordem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público Estadual. Depois, por uma condenação judicial de improbidade. Por fim, o eleitor exige que o prefeito reoriente a bússola de sua atuação político-administrativa, hoje apontada para o abismo.
Os números do Serpes revelam que Garcia está na lona. O prefeito foi rebaixado da posição de governadoriável (aparece com mísero 1,5%) para a de peso morto. Para poder ajudar o padrinho Iris Rezende, terá de se levantar rapidamente, reconciliar-se com um eleitor cada vez mais desconfiado, insatisfeito e, como se vê nas ruas, indignado, disposto a mudar.
É preciso admitir que parte dessa indignação foi insuflada pelo próprio Garcia, que num timing impressionantemente desastrado, promoveu a fórceps o maior aumento percentual (11%) na tarifa do transporte coletivo entre as capitais brasileiras. Ele e sua equipe não foram capazes de antever o turbilhão que invadiria as ruas do Brasil, apesar dos alertas locais do Movimento do Passe Livre. Teve de recuar rapidamente, não sem antes ser desautorizado pela Justiça, que anulou o reajuste.
Ainda sobre o tema, Garcia terá de peitar o poderoso Setransp, não permitindo que o Citybus, serviço de transporte seletivo de Goiânia, deixe de circular. O prefeito deixou que fosse feito um balão de ensaio, anunciado o fim do serviço, e novamente a repercussão foi péssima. O Citybus é o que mais se aproxima da qualidade que a população deseja para o transporte coletivo. Excluí-lo será atrair contra si a fúria dos jovens do MPL.
Curiosamente, o Citybus foi uma imposição de Iris ao Setransp à época da licitação do transporte, para dar uma satisfação à sociedade, que queria experimentar algo que o transporte alternativo fracassou em oferecer. As empresas espernearam, mas Iris não cedeu. O cacique peemedebista tem aguçado senso de sobrevivência política, o que falta a Garcia.
Prefeito, Iris recuou diante de diversos interesses corporativos e econômicos na Capital, como no caso dos parquímetros da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Não foram muitos, é verdade, mas mediando com sensibilidade política benefícios e desgastes, confrontou interesses poderosos em benefício da boa convivência com seu eleitorado. Falta essa sensibilidade a Garcia, que agora arrisca-se a converter-se no grande equívoco estratégico do padrinho.