Um rebuliço aconteceu logo nos primeiros dias do ano em Goiânia: o prefeito Paulo Garcia (PT) teria conseguido um importante reforço para sua equipe.
Tratava-se da experiente delegada Adriana Accorsi, filha do ex-prefeito Darci Accorsi, que seria a responsável pela nova secretaria de Defesa Social. Adriana seria uma espécie de ‘secretária de segurança’ do município. Muito bem: até agora, sete meses depois, a delegada não ofereceu segurança nenhuma. Está só no gogó.
Não se proíbe a existência de um órgão de segurança no município. Ao contrário, é até louvável, mas a Defesa Social de Goiânia é incapaz de conter sequer a ‘violência das raias’, que todo dia toram os pescoços dos moradores da Capital. O que dirá de cuidar do patrimônio público e auxiliar na segurança do cidadão.
O caso mais absurdo ocorreu com a jovem Gleice Évelin Galvão, que morreu domingo após ter o pescoço atingido por uma linha com cerol. “Informo que a lei que proíbe a comercialização e uso do cerol, de minha autoria, está regulamentada e cabe a Secretaria de Defesa Social e outros órgãos de segurança a competência para fiscalizar”, diz o vereador Djalma Araújo (PT).
Ou seja, está faltando disposição para a delegada fazer diligências nas ruas da cidade e apreender o material. Usar cerol é crime. Pode ser enquadrado em diversos tipos penais: Perigo para a vida ou saúde de outrem, Dano, Lesão corporal e Homicídio. E detalhe: não é só delegado em sua função que pode executar prisão. Em flagrante, qualquer pessoa do povo, inclusive a delegada Adriana Accorsi, pode fazer o mesmo.
Então, vamos levantar da poltrona, doutora? Para verificar se uma raia tem ou não cerol basta levar uma linha normal. Se for cortada, com simples contato, é cerol. Não precisa de mais nada para comprovar o crime.