Matéria no site Brasil 247 revela que o tradicional The Economist, jornal especializado em economia publicado na Inglaterra, enxerga uma grave crise – de sobrevivência – na mídia impressa no Brasil.
Veja o texto:
É grave a crise da mídia impressa no Brasil. E ela está retratada na edição deste fim de semana da revista inglesa The Economist – a mesma que tem sido citada com frequência, pela imprensa tradicional, em razão das críticas contumazes à política econômica no Brasil.
De acordo com o diagnóstico da publicação britânica, os meios de comunicação tradicionais no Brasil não têm conseguido se adaptar à revolução causada pela internet. Segundo a Economist, metade dos lares no Brasil já têm conexões à web e o leitor brasileiro prefere consumir a informação online. Outro fator destacado pela revista é o fato de o Brasil já ser a segunda base mais importante para o Facebook no mundo, tendo superado recentemente a Índia – o que prova que o leitor também “curte” compartilhar as informações.
Este aspecto torna ainda mais grave a crise do setor, uma vez que os jornais tradicionais estão progressivamente fechando o seu conteúdo – o que é incompatível com a lógica de compartilhamento da rede. Na reportagem, a Economist ressalta as demissões em grupos tradicionais, como Abril, Folha e Estado de S. Paulo. Só na cidade de São Paulo, 270 cortes foram anunciados e outros estão a caminho.
Foram também ouvidos dois editores de veículos tradicionais, que não apontaram nenhuma saída. Jayme Sirotsky, do grupo Zero Hora e ex-presidente da Associação Nacional de Jornais, disse que o setor está “no meio de uma tempestade”. Ricardo Gandour, editor do Estado de S. Paulo, mostrou estar perdido, afirmando que a fragmentação da informação – ou seja, a sua democratização – pode ser prejudicial à democracia.
A reportagem também destacou que a publicidade online, que hoje representa 14% do total, tende a crescer ainda mais nos próximos anos, tomando espaço do montante gasto em jornais e revistas.