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Médicos farão protesto no Paço Municipal
Goiânia – No segundo dia da paralisação contra o Programa Mais Médicos e os vetos à lei que regulamenta o exercício da medicina no Brasil, médicos de Goiânia realizam nesta quarta-feira (31/7) um protesto no Paço Municipal. O local foi escolhido por ser a sede do Executivo municipal, que é responsável pela gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia.
Segundo o sindicato da categoria, centenas de médicos e acadêmicos de medicina são esperados neste protesto organizado pelo Comitê das Entidades Médicas de Goiás (Cemeg), formado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Associação Médica de Goiás (AMG) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego).
Brasil
Médicos e estudantes de Medicina de ao menos 18 Estados e do Distrito Federal interromperam atendimentos desde terça-feira, 30, em protesto contra o programa Mais Médicos (que prevê a contratação de estrangeiros) e os vetos que a presidente Dilma Rousseff fez à lei do ato médico, que regulamenta o exercício da profissão.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lamentou os protestos, “por prejudicarem a população”. Nesta quarta-feira, 31, estão programados atos em 22 Estados, incluindo São Paulo. O manifesto é convocado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), órgão que representa 53 sindicatos do País. As entidades também têm entrado com ações judiciais para tentar barrar o Mais Médicos.
Segundo a Fenam, a orientação era para a classe médica suspender as consultas nas redes pública e privada, além de cancelar procedimentos e cirurgias agendadas. Os serviços de urgência e emergência foram mantidos. Em Fortaleza, por exemplo, médicos e estudantes “abraçaram” o Hospital Geral de Fortaleza. Cerca de 300 pessoas vestiam jalecos brancos e estavam com cartazes cobrando a criação da carreira de médicos no âmbito federal.
Em Porto Alegre, a instituição mais afetada pela mobilização dos médicos foi o Hospital Santa Clara, do Complexo Hospitalar Santa Casa, em que o ambulatório do Sistema Único de Saúde (SUS) registrou a paralisação de 11 especialidades. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde do município, os postos de saúde precisarão remarcar metade das consultas agendadas para terça e quarta-feira.
Contra-ataque
À noite, no Rio, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticou a paralisação nos atendimentos promovida pelos médicos. “Eu não acho correto prejudicar a população, cancelando cirurgias e consultas, por causa de um programa que não baixa o salário de ninguém, não tira o emprego de ninguém, pelo contrário, cria emprego e oportunidade para os médicos brasileiros. Não concordo que se prejudique ainda mais os pacientes.”
“Quer apresentar propostas, apresente, mas não parta para uma tática que prejudica a população, principalmente a população do SUS, porque a cirurgia cancelada foi na rede pública, a consulta cancelada foi no SUS”, continuou o ministro, durante a inauguração de um hospital.
“Eu fiquei a manhã toda na Faculdade de Medicina da USP ouvindo propostas ao Mais Médicos. E o ministério está aberto ao diálogo. O que não concordo é que se prejudique a população, que já espera meses por uma cirurgia, uma consulta.”
São Paulo
Nesta quarta, médicos e estudantes paulistas vão realizar a terceira passeata contra a medida provisória que criou o Mais Médicos. Eles vão se concentrar a partir das 16h na sede da Associação Paulista de Medicina (APM), na Sé, e de lá sairão em passeata pelas Avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Paulista. Depois, descerão a Rua da Consolação até a sede do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). (Fernanda Bassette, Fábio Grellet, Lauriberto Braga, Tiago Décimo e Lucas Azevedo). (Com informações da Agência Estado)