A história se repete como farsa na Câmara de Vereadores de Goiânia.
O velho fisiologismo continua a pautar os debates mais importantes para a Capital, como a aprovação de mudanças no Plano Diretor e os reajustes salariais discriminatórios, que em 2013 atenderam apenas uma parcela dos servidores da Saúde e deixaram outros milhares de fora.
O velho corporativismo ainda se destaca em alto relevo dentro um poder Legislativo planificado.
Estamos entregues à mesmice. A renovação dos quadros da Câmara Municipal de Goiânia é cada vez mais alta, mas a mudança de nomes não altera o status quo da Casa. Não altera procedimentos.
O Conselho de Ética continua nas mãos de um grupo vinculado ao prefeito, e que teima em não julgar e punir os seus pares.
Os processos contra Paulo Borges (PMDB) e o Wellington Peixoto (PSB) por tráfico de influência apodrecem na gaveta da presidente Célia Valadão (PMDB), e não há uma alma viva naquela Casa que exija celeridade nesses casos.
É o mesmo corporativismo que livrou outros tantos, como por exemplo Bruno Peixoto e Santana Gomes, na época em que trocaram socos e pontapés no plenário.
Corporativismo que sempre travou investigações sérias contra atos administrativos dos ex-presidentes Cláudio Meirelles e Deivison Costa.
Célia Valadão, Tayrone di Martino, Felizberto Tavares, Carlos Soares e tantos outros – que não têm mais de dois mandatos – são a prova de que a mudança de nomes não acarreta, necessariamente, mudança nos costumes.
A reforma na prática política não segue o mesmo compasso das mudanças praticadas nas urnas.
Resta um único caminho a seguir, e este caminho passa pela autonomia do Ministério Público, pelo fortalecimento de Controladorias e Ouvidorias.
Passa também por uma imprensa forte, comprometida.
Recapitule: há quanto tempo a imprensa não cobra a Câmara de Veredores pelos desmandos lá praticados?
Eles estão aí para mostrar que Belchior estava errado.
O novo nem sempre vem.