quarta-feira , 14 maio 2025
Notícias

Célia Valadão entrega-se às vontades de Clécio e, juntos, eles enlameiam a Câmara

Célia Valadão e Clécio Alves, ambos do PMDB, são hoje os vereadores mais influentes da Câmara Municipal de Goiânia.

Os dois manobram, articulam, atacam e defendem juntos. Entrosamento de fazer inveja. No momento mais importante da carreira de ambos, a dupla colhe a quatro mãos os frutos de um ótimo relacionamento – construído há anos.

A cumplicidade entre Célia e Clécio é enorme. Até no nome eles se parecem.

São Bonnie e Clyde do Legislativo goianiense.

Abelardo e Eloísa em um drama de corrupção e de mentiras.

Quixote e Pança na batalha inglória contra a gritaria das ruas, que pedem decência aos nossos políticos.

Célia chegou à Câmara na Legislatura passada. Buscou abrigo à sombra do experiente Clécio porque temia ser engolida pelos tubarões. Ironia do destino, acabou engolida por um. E, depois, se tornou uma.

Célia hoje é a imagem em semelhança do colega. E isso não é, em definitivo, uma notícia boa.

Clécio não tem vergonha do seu ranço corporativista. Permanece alheio aos protestos populares contra a corrupção e enfrenta os contribuintes insatisfeitos de peito aberto.

(Na verdade, nem tão aberto assim. Importante lembrar que o presidente mandou fechar a Câmara dia desses ao ser informado que manifestantes dirigiam-se para sede do Legislativo).

Clécio é contra o corte de benesses dos vereadores. Contra adoção do ponto eletrônico. Contra a contagem repetida de quórum em plenário. A favor do reajuste salarial para ele e seus pares. A favor do 14°, 15°, 16°, 17°, 18°, 19° e 20° salários para os colegas. É a favor do afrouxamento do Plano Diretor. Advoga em defesa dos milionários da Hypermarcas e dos empreendedores responsáveis pelo Shopping das Águas.

Cala-se diante das maracutaias de Paulo Garcia.

Por não gostar de nada que ameace a vida boa dos seus aliados, Clécio também é contra Conselho de Ética.

Tá certo, ele é réu em um dos seis processos que adormecem na gaveta da presidente do colegiado. Mas acredite: esse não é o motivo principal.

Por mais uma dessas coincidências do destino, Célia foi escolhida para administrar o Conselho. E a ordem do tutor para sua pupila é clara: sentar em cima de todo processo disciplinar que for aberto. A não ser que haja interesse em punir, como houve contra Santana Gomes (PSD).

Célia, quando chegou à Câmara, queria ser a novidade. Acontece que os seus planos naufragaram mais rápido do que poderia prever o mais pessimista dos analistas.

O mundo deu voltas e ela aceitou ser líder do governo municipal na mesma época em que o companheiro assumiu a presidência da Casa.

Precisava mesmo, Célia? Vale a pena defender causas indefensáveis?

Compensa batalhar pelo afrouxamento do Plano Diretor, que tem potencial para destruir a cidade em um curto espaço de tempo?

Compensa articular pelo reajuste salarial discriminatório na Saúde, que beneficiou uns e deixou milhares de fora?

Será que consegue dormir bem depois de fechar os olhos, o dia todo, para os efeitos devastadores que a obra de expansão do grupo Hypermarcas está causando na Região Norte?

A amizade com Clécio vale tanto a pena assim?

Analise bem, vereadora. Apesar de já ter caído no poço, ainda pode afundar bem mais.

Artigos relacionados

Notícias

Deputado Clécio Alves propõe freio no pedido de calamidade de Sandro Mabel: só 30 dias e com aval do TCM

Calamidade • O deputado estadual Clécio Alves (Republicanos) apresentou uma emenda ao...

Notícias

Justiça manda a júri popular caminhoneiro por acidente que matou quatro policiais do COD na BR-364

Julgamento • A Justiça determinou que Jhonatan Murilo Leite, de 22 anos,...

Notícias

Vereadores da Câmara Municipal de Goiânia discutem o abandono dos cemitérios públicos municipais

Cemitérios públicos abandonados • Vereadores da Câmara Municipal de Goiânia debateram a...

Notícias

Virginia Fonseca depõe na CPI das Bets e nega ganhos com perdas de apostadores

• Contratos e comissão A influenciadora digital Virginia Fonseca depôs nesta terça-feira...