Principal veículo de comunicação do Estado e dono de uma história de 75 anos em Goiás, o jornal O Popular passa pela primeira vez, por duros questionamentos a respeito dos fundamentos do jornalismo que pratica.
O jornal é uma espécie de monumento dos goianos. Foi construído a duras penas por Jayme Câmara e chegou a ser chamado de “chapa branca” durante muito tempo porque emprestava apoio ostensivo aos governos.
Com o crescimento espetacular da empresa, sustentado principalmente pelo faturamento milionário da TV Anhanguera, o primo rico dos veículos do Grupo, a linha editorial do jornal foi se encaminhando para a independência editorial, para felicidade de seus leitores.
De uns tempos para cá, porém, O Popular ficou mais agressivo.
E os leitores, principalmente com a chegada da internet, passaram a ter uma carga maior de informações e, por conseqüência, começaram a cobrar mais do jornal e seus jornalistas.
Exemplo: na semana passada, o médico Flávio Paranhos fez um duro artigo em que questiona a editora-chefe Cileide Alves.
Nesta terça-feira, outro exemplo: em carta, o assessor de imprensa do TCE, o veterano jornalista Antônio Gomes (que já trabalhou mo Pop em outras eras) não só rebate termos do artigo como questiona “a docilidade” da repórter Fabiana Pulcineli em relação às fontes que fazem denúncias, não merecendo dela a mesma credibilidade quem se defende.
Não é pouca coisa.
Parece que chegou a hora do popular e seus jornalistas sentarem no divã.
Afinal, as ruas não se manifestaram somente contra os políticos. Os jornalistas e veículos também estão na mira.
Pensem nisso.