terça-feira , 19 novembro 2024
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Melhor articulista do POP, Wanderley de Faria faz artigo genial que serve de alerta a Paulo Garcia sobre trânsito em Goiânia

Coloque no liquidificador virtudes como equilíbrio, conhecimento, amadurecimento, capacidade analítica, sensatez e português perfeito e refinado , aperte o botão e o resultado serão os textos qualificados do jornalista Wanderley de Faria, um dos editores de fechamento do jornal O Popular.

Neste sábado, Wanderley escreve sobre o trânsito em Goiânia. Mostra, com propriedade, que para melhorar o sistema de circulação da capital é preciso mais consciência e educação da parte dos motoristas, porém é mais importante um trabalho consequência e inteligente das autoridades públicas encarregadas do assunto – no caso a Prefeitura de Goiânia e, obviamente, o prefeito Paulo Garcia.

Leia o artigo de Wanderley de Faria sobre o trânsito em Goiânia (a recomendação vale também para o prefeito Paulo Garcia):

 

Por um trânsito melhor

Mais de 1 milhão de veículos, entre automóveis, caminhões, motocicletas e ônibus, circulam pelas ruas de Goiânia. O trânsito intenso provoca atrasos e transtornos aos motoristas, além de prejudicar a saúde da população e atrapalhar o crescimento da cidade. Mas, principalmente, limita o direito fundamental de ir e vir de todas as pessoas.

É possível pensar em trânsito de forma ainda mais ampla. Ao pensar na cidade onde se vive, por exemplo: nas ruas e avenidas, praças, parques e nas calçadas. Esse lugar pertence a cada pessoa, indistintamente. Portanto, todos os cidadãos têm o direito de usufruir desses espaços e precisam, para isso, aprender a conviver e a cumprir as leis.

Mas o direito de ir e vir, que nos é assegurado pela Constituição Federal, não é respeitado em Goiânia. A desculpa de que centenas de veículos circulam pelas ruas e é cada vez maior o número de motoristas mal preparados ao volante não nos desobriga de respeitar as leis de trânsito. Pelo contrário, aumenta a responsabilidade dos motoristas e dos órgãos responsáveis pelo trânsito.

Todos nós temos exemplos diários de pessoas ao volante se comportando irresponsavelmente nas ruas da capital. Estacionar em fila dupla, não respeitar o sinal vermelho, não acionar a seta do veículo pelo menos 100 metros antes do local onde pretende fazer a conversão, estacionar em local proibido e dirigir em alta velocidade e/ou também alcoolizado são transgressões constantes.

Se por um lado, temos os motoristas mal educados e descumpridores das leis, que engrossam as estatísticas de um trânsito violento, convivemos também com a atitude estranha dos responsáveis pela fiscalização. Não é possível admitir dois pesos e duas medidas na aplicação de multas para a mesma infração. Ora, estacionar em fila dupla é uma infração de trânsito em qualquer lugar do mundo. Menos nas portas das escolas particulares de Goiânia, onde nada acontece com os pais que estacionam seus veículos em fila dupla até meia hora antes da saída dos filhos dos estabelecimentos de ensino. Mas o mesmo não ocorre quando o motorista comete esta infração em outra avenida, pois imediatamente é multado. E assim deve ser em qualquer lugar.

Este é apenas um exemplo que nos leva a propor uma ação conjunta no sentido de humanizar o trânsito da capital. Os motoristas precisam cumprir as leis, bem como entender que o trânsito é um espaço de convivência, no qual predominam a democracia e a solidariedade. Aos responsáveis pelo cumprimento das leis, a obrigação é de continuar realizando campanhas educativas, com o objetivo de conscientizar a população de seu papel como protagonista nestas mudanças, e, é claro, multar os infratores.

Mas é impossível pensar em qualquer ação educativa de trânsito sem uma atenção especial ao campo da ética. E essa tarefa não é fácil. Fácil é ensinar o que fazer. Difícil é ensinar como ser. É tarefa de todos trabalhar em favor de uma educação para a vida.

 

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