Durante a cerimônia que formalizou Fernando Haddad como novo Ministro da Fazenda, nesta segunda-feira (2), o novo ministro denunciou o esquema eleitoral montado pelo governo Bolsonaro em 2002 com o dinheiro público.
Haddad afirmou que a transição de governo foi uma das piores que já viu pela falta de transparência. Ele também contou que o próprio governo Bolsonaro se entregou ao solicitar a ‘retirada’ de 2,5 milhões de pessoas do cadastro dos beneficiados pelo Auxílio Emergencial indevidamente, “isto é ser patriota?”, perguntou Haddad.
O ministro informou que a discussão sobre uma reforma tributária no novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ficar para abril deste ano. Ele também anunciou que o sistema tributário será mais transparente e eficiente para beneficiar as famílias de baixa renda.
“É preciso ‘organizar o campeonato’ para resolver o problema em vez de ficar mentindo para a população”, disse Haddad, que repetiu várias vezes que será preciso resgatar a transparência no país. “Quanquer pergunta feita ao Ministério terá resposta”, disse.
Hoje mesmo Haddad revogou os últimos decretos de Bolsonaro, inclusive a nomeação da cúpula da Receita em embaixadas. As nomeações foram feitas no apagar das luzes do governo Bolsonaro, no dia 30, e beneficiava funcionários da cúpula da Receita Federal com cargos no exterior.
O ministro revogou ainda as isenções tributária divulgadas do dia 30 de dezembro. Um dos decretos reduzia as alíquotas de imposto sobre receitas financeiras, inclusive de operações realizadas para fins de hedge, que traria um impacto aos cofres públicos de R$ 6 bilhões de reais.