Durante a audiência de custódia, após ser detido ao desembarcar no Brasil no dia 14, quando chegou dos EUA, o ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça Anderson Torres reclamou da prisão dizendo que foi um ‘tiro de canhão’ em seu peito e que os crimes pelos quais está respondendo são ‘coisas inimagináveis’.
No termo de oitiva consta a seguinte declaração: “a audiência de custódia não é o local de falar nada sobre isso, mas quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos. Isso foi um tiro de canhão no meu peito”.
A audiência de custódia é um instrumento na qual o preso, ao ser detido, tem a oportunidade de falar a um juiz, que avalia se houve ilegalidades na prisão.
Em outro trecho ele disse: “essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo. Eu peço que essas imagens não saiam daqui (…); foi um suplício chegar no Brasil sem problemas, escondido, escondendo a cabeça, foi um negócio horroroso, que nem em pesadelo.”
O segundo depoimento de Torres à PF foi adiado para o dia 2 de fevereiro. Em depoimento na semana passada, o ex-ministro ficou calado.