A ex-faturista hospitalar, responsável por emitir para o Sistema Único de Saúde as contas hospitalares dos pacientes que realizaram algum tipo de atendimento ou procedimento no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo – Crer, revelou com exclusividade ao Goiás24horas como funciona o esquema montado pela Organização Social AGIR/Saúde para desviar dinheiro do SUS.
Segundo a ex-funcionária, ela recebeu orientação da diretoria da O.S AGIR para colocar números ‘fictícios’ de notas fiscais no cadastro para o Ministério da Saúde efetuar os pagamentos. No vídeoreportagem abaixo ela explica detalhadamente como funcionava a maracutaia.
Quando a funcionária, que pediu para não divulgar seu nome, questionou os diretores sobre as ‘notas frias’, perguntado se aquilo não seria o mesmo que ‘roubar’ dinheiro público, as perseguições começaram. Triplicaram as obrigações dela e depois partiram para as humilhações: “jogavam a chave do chão e me chamavam para pegar, – pega a chave aqui no chão -” contou.
A AGIR é a Organização Social mais poderosa do governo Caiado. Recebe quase R$ 100 milhões mensais em contratos com a Secretaria de Saúde. No CRER, o governo Caiado paga R$ 19,2 milhões por mês para a AGIR.
Nesta terça-feira (5), prestadores de serviços e usuários também do CRER se reuniram com o Conselho Estadual de Saúde para denunciar perseguições e assédios por parte da AGIR no hospital.
A Organização Social tem costas quentes no governo. Paulo Vêncio, diretor da AGIR, é irmão do secretário de Saúde de Caiado, Sergio Vencio.
A denúncia de roubalheira do dinheiro público do Sistema Único de Saúde será encaminhada a Polícia Federal. Veja abaixo a reportagem investigativa de André Isac e Cristiano Silva;