terça-feira , 5 novembro 2024
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Caiado também comprou equipamento israelense para grampear, rastrear e espionar adversários políticos e jornalistas

O uso de ferramentas de monitoramento virtual da empresa israelense Cognyte não se restringe à Abin (Agência Brasileira de Inteligência), alvo da Operação Última Milha, desencadeada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (20) com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal).

Nem mesmo a pandemia impediu Caiado e entrar no esquema dos grampos. O editor do Goiás24horas, Cristiano Silva afirma que trocou de aparelho celular e número pelo menos 4 vezes. “Fui e sou bastante grampeado pelo gabinete do ódio do governo Caiado. Aprendi os sintomas do telefone quando está sendo rastreado ou grampeado; o aparelho esquenta muito e o consumo de internet aumenta. No ano passado um chip praticamente derreteu dentro do aparelho”, afirma.

Por meio do “software de comando” do GI2S, quem o opera pode “varrer as frequências da região e mostrar uma lista com todos os dispositivos de comunicação detectados no raio de alcance” do produto. Assim, são coletados os números de série dos aparelhos, a operadora e a frequência de internet usada pelos alvos durante a operação, a posição GPS dos alvos, entre outros dados sensíveis, sem que os usuários dos telefones hackeados saibam.

A ponta do iceberg está no contrato de R$ 15,3 milhões com aditivo, feito pelo governo Caiado com a Cognyte, e claro com o dinheiro público da SSP-GO em 2020.

Segundo o Código de Processo Penal brasileiro, o “acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza” – previsão na qual se encaixariam, segundo especialistas, programas como o FirstMile – “dependerá de autorização judicial”. Sem isso, a vigilância sobre qualquer indivíduo por ferramentas de espionagem se torna ilegal, segundo o entendimento de especialistas.

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