A morte de duas pessoas, por envenenamento, segundo a Polícia Civil, no último final de semana em Goiânia e a sua repercussão traz reflexões ao jornalismo e o comportamento de cada um nas redes sociais. A família das vítimas levantou a suspeita e a partir daí o “Tribunal da Internet” já condenava a “famosa doceria” de Goiânia.
No grupo de trabalho do Goiás24horas, nosso editor, Cristiano Silva, foi claro: “Não vamos divulgar isso”. A postura da redação, para não cometer injustiças, foi de não publicar nenhuma notícia até que houvesse algo oficial da polícia. As especulações se espalharam antes mesmo das autoridades tomarem conhecimento da situação.
A maneira como as referências foram feitas equivaliam a mencionar o nome da confeitaria diretamente. Seria como dizer que algo aconteceu com o apresentador Jornal Nacional. A Perdomo é a mais conhecida entre elas, e também a ilação colocava sob suspeita qualquer empresa do ramo na capital.
Mariana Perdomo é reconhecida pela qualidade de seus produtos e por sua trajetória de superação. Vinda de Iporá, no interior de Goiás, mudou-se para Goiânia para estudar Gastronomia e, em 2015, começou a vender bolos de pote em feiras. O sucesso foi tão grande que, em menos de um ano, inaugurou sua própria confeitaria e desde então não parou de crescer. Atualmente, emprega mais de 200 pessoas e só neste ano comercializou mais de 346 mil unidades de produtos.
Mariana, mesmo com a repercussão negativa, teve a resiliência, de dar todo suporte para as investigações. Nesta quarta-feira (20), uma pessoa foi presa sob suspeita de ter envenenado os doces e causado a morte das duas pessoas. O inquérito policial irá esclarecer os acontecimentos. Por enquanto, neste caso, a única certeza é que a Perdomo não tem nada a ver com isso. Na verdade, era o suco que estava envenenado.
Que a confirmação da inocência tenha a mesma repercussão das suspeitas levantadas. E quem, por acaso, no fundo da consciência, sentir que agiu mal nesta situação, possa dizer: Mariana, perdão.
André Isac
Jornalista
Goias24horas
Veja no vídeo: uma reportagem sobre o caso na confeitaria Mariana Perdomo;