sexta-feira , 22 novembro 2024
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Ex-PM Ronnie Lessa delata conselheiro do TCE-RJ como mandante da morte de Marielle Franco; motivação seria vingança contra Marcelo Freixo, diz site

Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, teria indicado Domingos Brazão como um dos mandantes do atentado que chocou o país em março de 2018. A informação foi revelada pelo portal Intercept Brasil nesta terça-feira (23).

Lessa está preso desde 2019 e teria concordado em colaborar com as autoridades como parte de um acordo de delação premiada, que ainda aguarda homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. Domingos Brazão, apontado como um dos mandantes da morte da vereadora, possui foro privilegiado devido ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

Com uma carreira política que inclui cinco mandatos consecutivos como deputado estadual (1999-2015) e uma posição como conselheiro do TCE-RJ, Domingos Brazão, de 58 anos, acumula polêmicas ao longo de seus mais de 25 anos na vida pública. Desde acusações de corrupção, foi afastado e posteriormente reconduzido ao cargo de conselheiro, além de ser alvo de acusações de fraude, improbidade administrativa, compra de votos e até mesmo homicídio, de acordo com informações do jornal O Globo. Em 2019, chegou a ser formalmente acusado pela Procuradoria-Geral da República de obstruir investigações no caso Marielle.

A principal suspeita em torno da motivação para Domingos Brazão ter mandado matar Marielle Franco é uma possível vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo Psol, atualmente no PT e presidente da Embratur. Durante seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Brazão teve desentendimentos públicos com Freixo, que foi colega de Marielle Franco por 10 anos antes de ela se eleger vereadora em 2016.

Em 2008, Brazão foi mencionado no relatório final da CPI das Milícias, presidida por Freixo, como um dos políticos que teriam sido beneficiados para realizar campanhas ma milícia de Rio das Pedras.

Em maio de 2020, quando se discutia a possibilidade de federalizar o caso Marielle, a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, informou que a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público consideraram a possibilidade de que Brazão agiu por vingança.

“Há a possibilidade de Brazão ter agido em represália, considerando a atuação do então deputado Marcelo Freixo nas ações movidas pelo Ministério Público Federal, que resultaram em seu afastamento do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro”, afirmou a ministra em seu relatório.

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