A greve dos professores da rede municipal de ensino sinaliza para duas constatações inequívocas: a primeira é a de que o deputado Mauro Rubem gosta mais dos professores da rede estadual de educação do que dos colegas da rede municipal. E a segunda é a de que o Sintego gosta mais do PT do que dos professores, dos quais cobra contribuições para defender.
Mauro Rubem foi ativo e persistente na última manifestação dos professores estaduais pela conquista de reajustes salariais. Empunhou microfone em cima de carro de som para criticar o Estado e não faltou a nenhuma assembléia. A mesma atitude não teve em relação aos professores da rede municipal. Se dele os mestres esperavam ação igualmente enérgica, receberam apenas palavras conciliatórias, de quem “agora” defende a moderação. Afinal, a grita geral é contra a administração do PT.
O Sintego prefere se indispor com os professores do que com o prefeito Paulo Garcia. A presidente Ieda tem projetos políticos definidos dentro do PT, partido ao qual é filiada. Seu sonho é ser deputada estadual e, para isso conta com apoios “importantes”, como o de Delúbio Soares, que frequenta as salas do Sintego sem cerimônia. É um dos poucos que passa pela portaria do sindicato como se dele fosse um servidor (sem precisar se anunciar).
Mauro Rubem e Ieda, portanto, não defendem os professores municipais e sim o prefeito e seu partido político. Para Mauro, os professores deveriam reservar grande surpresa nas próximas eleições, comandando uma frente de oposição à sua candidatura por descumprimento de promessa (a de que seria um defensor da classe a qual pertence).
Para Ieda, seria justo que pedissem uma assembleia para destitui-la da função. O Sintego é dos professores e não dela, nem de Paulo Garcia, nem de Mauro Rubem e muito menos do PT.