Todos se lembram: nas manifestações de rua que ocorreram em todo o Brasil no mês de junho, um dos alvos da insatisfação popular foi a imprensa. Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas foram hostilizados durante os protestos.
Em Goiânia, ocorreram as reações mais violentas contra a imprensa convencional, principalmente contra a TV Anhanguera, afiliada em Goiás da Rede Globo. Veículos do Grupo Jaime Câmara foram depredados, houve protestos na porta da empresa, cujos funcionários foram obrigados a trabalhar na cobertura das manifestações sem portarem nenhum tipo de identificação, para evitar agressões.
Agora, o fenômeno se repete. Na mobilização dos professores municipais grevistas, equipes jornalísticas também estão sendo objeto de repúdio. Na assembleia geral realizada no Cepal, no setor Sul, houve atritos entre os professores e jornalistas. No plenário da Câmara de Vereadores, que está ocupado, também.
O Sindicato dos Jornalistas de Goiás emitiu uma nota, reclamando dos incidentes e dizendo que os profissionais apenas trabalham na cobertura isenta dos fatos.
Mas isso não parece ser o que os educadores grevistas pensam.
“A imprensa não me representa” é o mote que os professores municipais não gritam, mas parecem ecoar. Imprensa convencional, hoje, identifica-se com o poder. E o poder não é bem visto.