quinta-feira , 18 julho 2024
Goiânia

Vergonha: professores deixam plenário da Câmara, mas Clécio suspende sessões até terça-feira

Veja matéria de O Popular, assinada pelo jornalista Vandré Abreu:

Greve da educação

Os professores voltam ao trabalho, já os vereadores…

Servidores da rede municipal desocuparam ontem o plenário da Câmara, mas presidente da Casa diz que sessão só no dia 29

O fim de greve na rede municipal de Educação levou os professores e servidores da rede a deixarem o plenário da Câmara de Goiânia ontem pela manhã após 13 dias de ocupação. Entretanto, o presidente da Casa, vereador Clécio Alves (PMDB) decidiu estender por mais uma semana o período de paralisação dos trabalhos no plenário. Assim, enquanto os professores já retomam as aulas hoje, os vereadores só devem votar projetos de lei na próxima terça-feira, no dia 29.

Os vereadores não estão em greve, mas, segundo Clécio, os aparelhos eletrônicos do plenário foram estragados pelos professores. E ele não acredita que tudo seja arrumado até amanhã, véspera de feriado prolongado em Goiânia, por causa do aniversário da capital no dia 24. Mesmo assim, a oposição promete abrir a sessão hoje, mesmo com a ausência do presidente, desde que consiga quórum suficiente.

Clécio determinou a realização de uma vistoria no plenário sobre as condições de seu funcionamento. O trabalho deve ser finalizado na tarde de hoje, quando se saberá qual o custo dos supostos danos causados. “Posso afirmar que houve danos, sobretudo no nosso painel eletrônico e nos microfones utilizados pelos vereadores”, argumenta o vereador.

Um dos assessores da presidência ligou ontem para todos os vereadores para informar que não haveria sessão ordinária hoje. Uma reunião às 10 horas de amanhã foi marcada pelo presidente. A pauta é os informes sobre a vistoria e a convocação para a sessão ordinária para o dia 29.

A intenção da oposição é que ocorra a sessão ordinária. Segundo o vereador Virmondes Cruvinel (PSD), de acordo com o regimento da Casa, doze vereadores podem abrir a sessão. No grupo haverá a presença do segundo vice-presidente da Câmara, o vereador Rogério Cruz (PRB), que seria o responsável por abrir a sessão, já que nem Clécio e nem Paulinho Graus (PDT) devem comparecer. “Só o plenário pode decidir pelo encerramento da sessão e não o presidente”, avalia Cruvinel.

A sessão ordinária da Câmara está suspensa desde o dia 8, quando ocorreu a ocupação do plenário pelos funcionários da rede municipal de ensino. O caso ocorreu após a votação da primeira emenda de Cruvinel ao projeto de lei que modifica o Auxílio Locomoção dado aos professores. “Eu acompanhei a desocupação dos servidores e eles deixaram o plenário limpo. Vi que eles limparam tudo, mas realmente não posso dizer se houve danos aos aparelhos eletrônicos”, relata o oposicionista.

Clécio ainda não afasta a hipótese de ocorrer sessão ordinária amanhã. No entanto, o mais provável é que as votações retornem na próxima semana, quando ocorrerá a votação de outra emenda para o Auxílio Locomoção. A tendência é que ela seja rejeitada, conforme foi acordado na reunião da Prefeitura com os grevistas, na presença dos vereadores.

O presidente da Casa afirma que, logo após a votação ao Auxílio Locomoção, será apreciado no plenário o pedido do prefeito Paulo Garcia (PT) para que ele, seu chefe de gabinete Iram Saraiva Júnior e o secretário de Desenvolvimento Urbano Sustentável, Nelcivone Melo, realizem viajem à Ásia. O trio deve ficar fora de Goiânia entre os dias 4 e 16 de novembro e, por isso, a urgência na votação ao pedido do executivo.

Ontem, depois que os grevistas deixaram a Câmara, Clécio chamou os atos de “vandalismo da pior forma que existe”. “Tomaremos todas as precauções para que essa invasão não se torne habitual. A democracia é saudável, mas anarquia e vandalismo são lamentáveis”, salienta. O presidente afirma que ainda vai avaliar quais medidas serão tomadas para impedir uma nova ocupação da Casa, mas garante que o direito do cidadão de permanecer nas galerias será mantido.

Trabalhos parados

Mesmo com a paralisação dos trabalhos na Casa por 21 dias, Clécio afirma que não será necessária a convocação de sessões extraordinárias para o cumprimento do ano legislativo. Na semana passada, o POPULAR divulgou que pelo menos 80 projetos e 100 requerimentos estão acumulados na Casa. “Desde que ocupei a presidência nunca houve o fim de sessão por falta de quórum. Não sei se temos a necessidade de reposição.”

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