A aberração das aberrações.
Que o leitor do blog esteja sentado na cadeira: uma onda de processos contra a Prefeitura de Goiânia está em curso.
Motivo? O péssimo atendimento da saúde. Em rápido levantamento, só no TJ-GO existem mais de 100 por conta do péssimo atendimento.
Nesta semana, o Tribunal de Justiça de Goiás já deu o recado: o magistrado José Proto de Oliveira, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Goiânia, condenou o município a pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais.
Tudo porque a criancinha Kevin Lysander Santos Lyra, de 1 ano e 10 meses, teve má prestação de serviços médicos e hospitalares.
A criança, que estava com a saúde completamente debilitada, esperou por mais de 15 dias até receber o tratamento. O Cais Chácara do Governador fez que o problema não era com ele. Desesperada, a família entregou a criança para Deus e foi atrás da Justiça.
O magistrado passou o pito na Prefeitura, comandada pelo médico Paulo Garcia. Eis trecho da decisão: “Não há dúvidas quanto a má qualidade do serviço municipal de saúde, eis que, enquanto Kevin perambulava de hospital em hospital, suplicando atendimento médico, sua saúde se agravava ainda mais. Chegando a ter que se submeter à drenagem de pulmão, cujo sofrimento, ao invés de ter sido minimizado por aqueles que tem o dever de prestar assistência médica”.
Olha o desdém: a rede municipal ofereceu uma enfermaria para a criança em vez de UTI. Conforme a mãe da criança, foi Deus que salvou o garoto. O martírio da criança começou logo quando a equipe do Cais tentou tirar o corpo fora e encaminhou Kevin para a rede pública, o Hospital de Doenças Tropicais (HDT). Alegaram que ele estava com meningite. Mas a equipe do HDT fez exame e constatou que não era esse o problema. Aí o Cais da Prefeitura de Goiânia, na época nas mãos de Iris Rezende, pediu que a criança aguardasse em casa por alguns dias.
O sofrimento estava só começando. O Cais então constatou pneumonia gravíssima. Encaminhada para o Hospital das Clínicas, Kevin teve uma parada cardíaca e quase morreu. Foi levado nos braços para o Hospital Garavelo, onde, enfim, recebeu tratamento adequado.