Engana-se quem pensa que o prefeito tem domínio total da estrutura que administra.
Quando enfraquecido ou com a popularidade baixa, ele se torna refém da própria base política e é forçado a abrir mão de investimentos para financiar um número exagerado de comissionados.
É isso o que está acontecendo com Paulo Garcia (PT).
Paulo está com a imagem arranhada. Obras entregues pela metade, amadorismo na condução de greves e secretários desastrados ajudaram a dilapidar a sua credibilidade.
Hoje ele é carne podre, igual era Alcides em 2010. Mas acha que ainda dá tempo de recuperar.
Com objetivo de salvar a própria biografia, seriamente comprometida, Paulo concluiu que é preciso promover um corte profundo na folha de funcionários comissionados.
O problema é que ele está refém dos seus auxiliares, porque está fragilizado.
A situação é tão crítica que a tal auditoria prometida pelo prefeito sequer saiu do papel. Ele já assinou vários despachos com pedidos de estudo, mas ninguém obedece.
Todo mundo na prefeitura finge de bobo, porque ninguém quer perder o bico.
Foi por isso que ele recorreu ao radialista Altair Tavares (olha a ironia: ele é um dos funcionários comissionados que poderiam ser cortados). Paulo pediu a Altair que o ajude a criar um “clima” para demissões.
A ideia do prefeito é criar uma comoção na opinião pública e usar a pressão como justificativa para exonerações.
Altair publicou, no site Diário de Goiás, uma matéria extensa sobre o funcionalismo na prefeitura de Goiânia e bateu pesado na falta de investimentos (leia aqui). Ora, quem conhece o amigo Altair sabe que ele jamais bateria na administração municipal, a não ser que o jogo estivesse combinado.
Altair bater em Paulo Garcia? Bem capaz…
A estratégia da dupla ainda não surtiu efeito. Os principais jornais e sites ainda não morderam a isca da dupla.
Ruim para o prefeito.