No último artigo que distribuiu antes de ser preso, o ex-ministro José Dirceu tenta mais uma vez provar que é inocente e que só foi condenado por que o Supremo Tribunal Federal decidiu “sob pressão” das elites brasileiras.
Antes de mais nada, é bom lembrar que não existe ninguém que seja mais “elite” do que o próprio Dirceu, um “bon vivant” acostumado a ganhar rios de dinheiro trabalhando como lobista, acompanhado de belas mulheres e viajando sem parar por praias paradisíacas.
Dirceu lembra que passou a vida “lutando pelo povo brasileiro” e que vai continuar nessa “luta”.
É uma boa piada. O mensaleiro nunca lutou por nada de interesse coletivo, a não ser para chegar ao poder e usufruir à farta das suas benesses.
Ele nega também que tenha ligação com a quadrilha do mensalão. Mas o inquérito da Polícia Federal prova que as reuniões entre ele, Delúbio Soares e o operador Marcos Valério ocorriam no seu gabinete, no Palácio do Planalto, a poucos metros da sala do então presidente Lula. E isso é só o começo.
O artigo é ridículo, ao recuperar o tom autolaudatório das antigas esquerdas, aquelas que queriam derrubar uma ditadura para implantar outra, talvez muito mais sanguinolenta, no seu lugar.
Claro, o artigo de Dirceu não teve repercussão. É o choro de quem foi pego em flagrante e não tem como justificar os seus malfeitos.