A roubalheira dos mensaleiros, mais do que comprovada nos autos da ação penal 470, que levou o Supremo Tribunal Federal a condenar a quadrilha comandada por José Dirceu & Cia, continua sendo impavidamente justificada pela militância do PT.
Veja só, leitor do blog 24 Horas, o artigo escrito no Diário da Manhã pelo “jornalista” petista Marcus Vinicius, ex-presidente da Agecom, que se arvora agora em fundador de uma nova doutrina – a de que roubar, pode, o que não pode é se aproveitar pessoalmente do que foi roubado.
Marquim defende os mensaleiros sob o argumento de que eles não compraram “iates, mansões, contas na Suiça, carros de luxo, motos importadas”. Isso, segundo a sua visão apaixonada, seria suficiente para comprovar a inocência dos companheiros que estão cumprindo pena no presídio da Papuda, “injustamente”, na opinião dele.
O artigo ignora a contundência das provas anexadas ao processo do mensalão, em especial o desvio de R$ 77 milhões de reais do Visanet, através do Banco do Brasil – o que levou à condenação de Henrique Pizzolato, ex-diretor do banco, hoje foragido na Itália, a mais de 12 anos de cadeia. E ignora também que os mensaleiros exibiam um estilo de vida incompatível com os seus rendimentos (Dirceu chegou a se apresentar à Polícia Federal a bordo de um Audi Avant de R$ 200 mil reais).
Marquim conclui com ataques rasteiros ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal e repete o argumento usado pelo locutor Altair Tavares, em seu site Diário de Goiás, de que o processo do mensalão foi conduzido com “açodamento”.
Oito anos de tramitação e ainda houve “açodamento”.
É de dar dó.