Leia matéria do Diário da Manhã:
Prefeitura quer fechar escola
A SME alega que é necessário desembolsar R$ 400 mil por ano para garantir o funcionamento da escola, o que seria um custo muito alto
Diário da Manhã
Renata Teixeira
Uma escola que atende alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), desde a década de 80, merece o devido respeito de uma “senhora instituição” que está na ativa desde 1966. A Escola Municipal Rui Barbosa, que fica no Setor Campinas, na qual a Secretaria Municipal de Educação (SME) pretende encerrar as atividades do EJA, do período noturno. Esta é uma instituição que já alfabetizou pessoas que hoje fazem parte da história de Goiânia, como a ex-secretária municipal de Educação de Goiânia, Márcia Carvalho.
A decisão de fechar as portas para os alunos do noturno ainda não está oficializada. Segundo o professor Eduardo Oliveira de Souza, que leciona na escola desde 1998, a SME não emitiu nenhum documento oficial dizendo que as atividades serão encerradas em 2014, “até o momento fomos informados oralmente através da diretora, sem documentos oficiais e sem discussão com o coletivo da escola e comunidade escolar que no próximo ano o turno noturno não funcionará”.
A assesoria de comunicação da SME, diz que, desde de 2009, vem conversando com os professores sobre a condição de funcionamento da escola, porém Eduardo de Oliveira diz que toda a equipe de funcionários foi surpreendida com a decisão da SME sem aviso prévio em fechar o noturno. “A SME já havia garantido o funcionamento da escola para 2014, inclusive a diretora havia enviado o módulo à SME lotando professores e funcionários”, diz o professor.
Os alunos, que também foram pegos de surpresa, demonstram indignação com a possibilidade do fechamento e ficaram preocupados com a situação, já que a escola mais próxima fica aproximadamente 4 km da E.M Rui Barbosa, e eles teriam que se deslocar a pé, porque na região em que fica a escola não têm linhas de ônibus para atender aos alunos.
Professores e alunos fizeram na última segunda-feira (19), um protesto em frente a escola, em apoio contra o fechamento promovendo reportagens, abaixo-assinados, cartazes e manifestações nas redes sociais.
Motivo
Apesar do número de matriculados ser de 146 alunos, sendo que 20 na Associação de Idosos do Brasil (AIB) e 126 na E. M. Rui Barbosa, segundo a Assessoria de Comunicação da SME, a escola conta apenas com 33 alunos frequentes nas quatro turmas do EJA, sendo que o turno noturno da instituição tem um quadro funcional de 15 professores para atender esses alunos. O que significaria uma média de 1 servidor para cada 2 educandos, para a SME um custo muito alto para manter a escola.
Direito garantido
O professor Eduardo Oliveira diz que o número de alunos do EJA tem mesmo diminuido ao longo dos anos, porém não justifica o fechamento da escola. “Isso não é uma realidade da E. M. Rui Barbosa e sim de toda rede municipal de ensino. Visto que a SME não tem uma política educacional para jovens e adultos que garanta a permanência e o combate da evasão escolar”, diz.
O educador ressalta ainda que o direito dos alunos é garantido pela Constituição Federal, reza a lei que a educação é um direito de todos e dever do Eestado, e deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, com o objetivo de formar cidadãos e qualificá-los para o mercado de trabalho.