Para ver como são as coisas: o ex-senador Demóstenes Torres foi expulso do DEM sem nenhuma condenação na Justiça. Perdeu até o mandato.
Mas o PT deixa bem claro que não vai expulsar os mensaleiros. E defende a permanência dos deputados condenados no Congresso Nacional. Não existe diferença nenhuma. Só mesmo as costas quentes dos mensaleiros.
No inciso XII do artigo 231, a legenda prevê que a pena de expulsão do partido deve ser aplicada quando ocorrer “condenação por crime infamante ou por práticas administrativas ilícitas, com sentença transitada em julgado”. Pois bem: aconteceu.
Nos bastidores, o que se fala é que José Dirceu teria chamado Lula e os neófitos da cúpula petista no canto e avisado em bom tom quanto ao que pode fazer, caso seja humilhado mais uma vez dentro do partido. Por tabela, pediu o mesmo tratamento aos demais – até para Delúbio Soares.
Não custa nada lembrar: na semana passada, o ‘Estadão’ divulgou que Dirceu reclamou de Lula, que não teria falado nada a respeito das prisões. Bastou chegar aos ouvidos do ex-presidente o desagrado de Dirceu, para Lula ir na imprensa e atacar Joaquim Barbosa.
Tais fatos corroboram a força de Dirceu dentro do PT.
De fato, qual a explicação para o partido seguir numa clara divergência com o estatuto e a própria Justiça do país?