O rumoroso livro “Assassinato de Reputação” de Romeu Tuma Jr., ex-secretário de Justiça do ex-presidente Lula, está dando o que falar. Além do dossiê contra Marconi Perillo, o que tem chamado a atenção é a denúncia grave de que Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, teria sido assassinado numa queima de arquivo político.
Na entrevista concedida ao repórter Robson Bonin, da ‘Veja’ deste final de semana, Romeu Tuma Júnior conta que o assassinato de Celso Daniel não é “crime comum”, mas “crime de encomenda”, como sempre denunciou a família e o Ministério Público.
Tuma disse que ouviu uma “confissão” do ministro Gilberto Carvalho, braço direito de Lula e também de José Dirceu, sobre a prática de desvios da prefeitura do município do ABC Paulista para campanhas políticas do Partido dos Trabalhadores.
Eis trecho sobre este caso, em que Tuma reproduz o que Gilberto teria dito:
– Quando saiu aquela história de que havia desvios na prefeitura, eu, na maior boa fé, procurei a família dele (de Celso Daniel) para levar um conforto. Fui dizer a eles que o Celso nunca desviou um centavo para o bolso dele, e que todo recurso que arrecadávamos eu levava para o Zé Dirceu, pois era para ajudar o partido nas eleições.
De antemão, Gilberto Carvalho disse que é tudo mentira e que vai processar o ex-secretário.
Não custa nada lembrar: o caso Celso Daniel envolve a morte estranha de sete pessoas que tiveram contato com a vítima (ex-prefeito de Santo André) ou seus assassinos. Detalhe: o menor que assumiu o crime não reconheceu a imagem da vítima. E o ‘Sombra’, Sérgio Gomes da Silva, braço direito de Celso, voltou aos tribunais como suspeito de matar o ex-prefeito de Santo André.
A linha de investigação diz que existia forte esquema de desvios de recursos públicos no setor de transportes – uma especialidade do PT que é hoje investigada por diversos promotores no país.
Segundo as denúncias, Daniel não concordou com um fato apenas: o dinheiro ir direto para a conta dos petistas. Pode ter morrido por isso.