A Câmara Municipal rejeitou na quinta-feira, por 17 votos a 16, projeto de lei do prefeito Paulo Garcia (PT) que previa reajuste abusivo no IPTU. Mas, apesar da vitória, é importante que o eleitor de Goiânia não se esqueça de quem votou contra a cidade.
Abaixo, o blog explica quem é cada um deles e porque abaixaram a cabeça para o prefeito.
Confira:
Carlos Soares
É irmão do mensaleiro Delúbio Soares. Agora que Delúbio está na cadeia e a fonte secou, concluiu que terá de se desdobrar para agradar o Paço Municipal e garantir apoio para reeleição em 2016. Foi Carlos quem tentou, sem sucesso, convencer Felisberto a votar contra o reajuste do IPTU até o último minuto.
Célia Valadão
No início do mandato, a ex-secretária municipal de Assistência Social e líder do prefeito na Câmara de Vereadores tinha dois caminhos a seguir: a linha da ética, que a permitiria dormir com a consciência tranquila, ou a devoção cega ao prefeito Paulo Garcia (PT), que lhe garantiria acesso a cargos e obras, fundamentais para quem pleiteia ascensões meteóricas na carreira. Optou pelo segundo e vai pagar caro. O padre Wilmar Garcia, pároco da matriz de Campinas, onde Célia amealha alguns votos, já se declarou inimigo da vereadora.
Cida Garcêz e Deivison Costa
Eram, até aqui, vereadores de oposição, mas inexplicavelmente votaram contra os interesses de Goiânia. Cabe aos dois explicar os motivos que os levaram a adotar essa postura.
Domingos Sávio
Votou a favor do reajuste do IPTU por um motivo simples: ele deve seu mandato ao prefeito. Não fosse Paulo Garcia ter convidado o vereador Fábio Caixeta (PMN) para o secretariado, Domingos, que é suplente, jamais estaria no exercício do mandato.
Edson Automóveis
Não liga para os interesses da cidade ou dos goianienses, apenas para a própria sobrevivência política. Nunca fez um discurso sequer na Câmara. Era filiado ao PT e tem fortes ligações com a turma de Paulo Garcia, mas migrou para o PMN para garantir eleição mais fácil.
Eudes Vigor
É suplente de Denício Trindade. Votou pelo IPTU escorchante porque só está na Câmara graças à benevolência de Paulo Garcia. O engraçado é que, na campanha de 2012, Eudes batia sem dó no prefeito.
Jorge do Hugo
O obscuro Jorge do Hugo mal chegou à Câmara e já goza de privilégios no Paço Municipal. Foi ele quem indicou o diretor do Cais Guanabara. Por isso votou a favor do aumento abusivo do IPTU. Ele foi um dos vereadores que chegaram atrasados na votação da emenda do auxílio-locomoção para professores. Para esperá-lo chegar, Clécio manobrou pesado. Esse episódio resultou na greve dos professores.
Tayrone di Martino
No começo do mandato, Tayrone enfrentou crises de consciência. Ameaçou votar contra o projeto que esculhambaria o Plano Diretor (como de fato esculhambou), mas logo foi enquadrado pelo prefeito Paulo Garcia (PT) com argumentos que só ele, o prefeito e Deus conhecem. Votou a favor do reajuste do IPTU porque quer o apoio do Paço para ser eleito deputado federal em 2014. Não dá a mínima para os interesses da cidade, apenas cuida dos seus. É considerado, por muitos, a maior decepção da Câmara na atual legislatura. Tayrone é a prova de que renovar nem sempre é preciso.
Mizair Lemes Jr.
O pai do jovem Mizair é ex-vereador e ficha suja. Apesar da ficha corrida cheia de passagens curiosas, Mizair pai ficou o tempo que quis na prefeitura. Tempo suficiente, inclusive, para garantir estrutura necessária à eleição do filho – que hoje paga a conta.
Paulinho Graus
Era liderança de bairro acomodada pelos cantos da prefeitura até que conseguiu se eleger vereador, com apoio de Iris. Enxerga na máquina da prefeitura, como sempre enxergou, a ferramenta para um dia virar deputado. Por isso votou em favor do IPTU e votaria outras dezenas de vezes. De olhos fechados, se preciso.
Paulo Borges
No início do ano, a polícia invadiu a casa do vereador Paulo Borges, no setor Bueno, e o levou a força para clausura no Ministério Público. Foi detido por ser suspeito de pedir propina em troca de facilidades na liberação de licenças ambientais na Agência de Meio Ambiente (Amma). Com “jeitinho”, o prefeito Paulo Garcia (PT) articulou para sabotar a CEI da Câmara que deveria pedir a cassação do seu mandato. Paulo Borges, é claro, devota eterna gratidão ao petista por salvar a sua pele.
Paulo Magalhães
Em um acesso de sinceridade, o vereador Paulo Magalhães disse, no começo do ano, que era impossível militar na oposição e trabalhar sem cargos ou obras viabilizados pela prefeitura. Por isso cedeu, fácil, fácil, ao canto da sereia e vendeu a própria consciência. Indicou, por exemplo, a diretoria do cais do Setor Pedro Ludovico.
Richard Nixon
Foge de polêmicas igual o diabo foge da cruz. Pertence à casta de vereadores que tem horror à tribuna ou qualquer outro espaço onde sejam obrigados a manifestar ideia sobre qualquer assunto. É da bancada dos fisiologistas. Possui reconhecida ligação com o empresário Júnior Friboi (ou melhor, com o dinheiro dele). Votou a favor do reajuste do IPTU para segurar carguinhos na prefeitura.
Wellington Peixoto
A exemplo de Paulo Borges, envolveu-se até o fio de cabelo com as investigações de tráfico de influência na Agência Municipal de Meio Ambiente, conduzidas pelo Ministério Público. A CEI aberta na Câmara para apurar o assunto deveria ter imputado pena ao vereador, mas o “jeitinho” de Paulo Garcia junto à sua base livrou Wellington da peleja. Deve gratidão eterna ao prefeito.