Para os teóricos da crítica literária, quando uma situação extrapola os limites da tragédia, ela se torna patética. Isso seria na ficção, mas pode ser aplicado à realidade. O inferno astral da Goiânia Sustentável de Paulo Garcia se tornou mais do que trágico, virou algo patético. Uma reação humana natural para suportar as pressões: o caos virou motivo de piada.
Vejam a brincadeira do perfil da banda goiana Língua Solta no Facebook, ao anunciar um show que fará em breve: para chegar a um endereço no Setor Sul, é melhor ir numa balsa improvisada. Se até banda de rock começa a curtir com o caos da cidade, com alagamentos e inércia da prefeitura, é porque chegamos ao fundo do poço.
E para quem não sabe, a Língua Solta, fundado nos anos 70, em Goiânia, é um dos mais antigos grupos de rock em atividade no Brasil.