Uma manifestação de um leitor, na seção de cartas de O Popular, nesta terça-feira, traz duras críticas ao Ministério Público Estadual, pelo caso do auxílio alimentação concedido aos procuradores e promotores e que vai custar aos cofres públicos, em pagamentos retroativos, mais de R$ 13 milhões de reais.
Para o leitor Eduardo Chacon Miranda Navas, do Parque Amazônia, em Goiânia, o auxílio alimentação dos membros do Ministério Público goiano é “uma vergonha”. Significa, para ele, que “a instituição está praticando aquilo a que se colocava terminantemente contra em outros poderes, como a falta de transparência, ética e moral, a que tanto se opunha”
Veja o texto completo da carta:
Auxílio- alimentação
Depois de ler a reportagem Discretamente, MP eleva valor e pagará retroativo, publicada na edição de domingo do POPULAR, venho expressar a minha mais completa indignação com relação ao que foi descrito nesse periódico. Indignação não com o jornal, que cumpriu de forma digna o seu papel de informar a sociedade, mas com um órgão que até então tinha de minha parte a maior consideração e respeito.
Falo do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que está praticando aquilo a que se colocava terminantemente contra em outros poderes, como a falta de transparência, ética e moral, a que tanto se opunha. É uma vergonha ver tantas pessoas receberem privilégios que ninguém ou a maioria dos funcionários e servidores estaduais não recebem, até por influência do próprio MP-GO, como é o caso do auxílio-alimentação, que por sua orientação já foi cortado de alguns órgãos do Poder Executivo, mas que se mantém vivo nos corredores escuros do órgão.
O próprio MP-GO, que já foi exemplo de retidão, tem se mostrado, pelo menos no ano de 2013, mais afeito a praticar o que condenava, como a criação de cargos comissionados. E agora dando privilégios que até então não tinham, ou proibiam que outros órgãos do Estado oferecessem aos seus servidores. Em suas ações midiáticas, sempre trazia a imagem de correção e ética, mas os seus atos estão levando a opinião pública a pensar exatamente o contrário.
A quem podemos recorrer? Temo um Poder Legislativo que não fiscalize ninguém, temo os órgãos de assessoria, Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE) e Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que também nada fazem. O povo tinha o MP-GO como porto seguro, mas agora, de forma sorrateira, coloca na conta do povo goiano mais ou menos R$ 13 milhões, somente com retroativos, para alimentar os já gordos e polpudos salários de nossos dignos promotores que deveriam ser de Justiça, mas pelo jeito não o são.
Não discuto se são de direito ou não os salários. É justo e com certeza faz frente às despesas de suas excelências, mas colocar na minha conta um débito de R$ 13 milhões para auxílio-alimentação? Aí é demais.
Eduardo Chacon Miranda Navas
Parque Amazônia – Goiânia