Em matéria no jornal O Popular, a jornalista Márcia Abreu diz que um vereador denunciou a negociação entre o setor imobiliário e vereadores para aprovação do projeto do prefeito Paulo Garcia que autorize vendas de áreas públicas em Goiânia.
Veja a matéria:
Câmara
Paço amplia diálogo para aprovar vendas de áreas
Falta de quórum impede votação de proposta e prefeito Paulo Garcia entra em ação para cobrar aliados
Márcia Abreu 19 de dezembro de 2013 (quinta-feira)
Após falta de quórum na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que não votou ontem o projeto de desafetação de áreas públicas, a Prefeitura intensificou o diálogo com os vereadores da base, orientando a aprovação da matéria. Dois parlamentares da situação, Edson Vieira (PMN) e Izídio Alves (PMDB), não compareceram à Comissão ontem, impossibilitando a votação.
A reportagem apurou que a não apreciação levou o prefeito Paulo Garcia (PT) a ligar pessoalmente para os membros da Comissão que integram a base. Paulo, que também recebeu ontem em seu gabinete o presidente Clécio Alves (PMDB) e a líder Célia Valadão (PMDB), falou sobre a necessidade do município de aumentar a arrecadação. As 18 áreas do projeto estão avaliadas em cerca de R$ 250 milhões.
Nos bastidores da Câmara, comenta-se que há forte articulação por parte de parlamentares que têm interesse pessoal na aprovação da matéria. “Nas questões em que se envolve dinheiro as pressões são muito pesadas. Alguns vereadores estão enciumados com os benefícios que alguns colegas podem ter”, disse um parlamentar da base, sugerindo que existem negociações entre o Legislativo e o setor da construção civil.
Secretário de Governo da Prefeitura, Osmar Magalhães (PT) admite que o prefeito tem se reunido constantemente com a base para tratar assuntos de interesse do Paço. De acordo com ele, a ausência de vereadores da situação na CCJ ontem foi vista “com naturalidade pelo Executivo”. “Certamente tiveram motivo para faltar”, declarou.
Membro da Comissão, Geovani Antônio (PSDB) alega que o projeto fere o Plano Diretor por propor a desafetação de áreas destinadas a obras de infraestrutura. “Na verdade, o grande interesse da Prefeitura é fazer caixa. Se for aprovado vamos questionar na Justiça”, diz.
O POPULAR tentou contato com Edson e Izídio, mas eles não foram localizados e não retornaram até a conclusão desta edição. O presidente da CCJ, Carlos Soares (PT), estava viajando e com o celular fora de área.