quarta-feira , 20 novembro 2024
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Cezar Santos: PT, sozinho, não dá conta de bancar uma candidatura ao governo

Veja artigo de Cezar Santos, no Jornal opção:

Marconi Perillo

Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves diziam que o político precisa de duas coisas: voto e sorte. O governador Marconi Perillo tem votos e parece ter muita sorte. Há um ano, durante a CPI do Cachoeira, o tucano havia se tornado uma espécie de Geni da política brasileira e goiana. Quase todos os políticos das oposições compraziam-se em arrancar uma casquinha do governador — batendo duramente, associando-o ao empresário-contraventor Carlos Cachoeira, que chegou a ser preso em Brasília. O tucano defendia-se como podia, às vezes partindo para o ataque, mas, em alguns momentos, até a cúpula nacional do PSDB chegou a cogitar abandoná-lo. Ao fazer uma defesa consistente na CPI, sobretudo ao conseguir expor que havia um jogo mais amplo envolvido na questão — o principal objetivo nem era mesmo “pegar” Carlos Cachoeira e seus aliados da Delta Construções, como Cláudio Abreu e Fernando Cavendish, e sim destruir a reputação de alguns políticos, exatamente para retirá-los da política (caso do ex-senador Demóstenes Torres) —, Marconi Perillo safou-se com rara habilidade, reconquistando o apoio da cúpula tucana no país. O livro “Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado” (Editora Topbooks), de Claudio Tognoli (o ghost writer) e Romeu Tuma Júnior, confirma o que dizia o tucano goiano na época da CPI do Cachoeira. Setores do PT, os mais ligados ao presidente Lula da Silva, de fato articularam dossiês com o objetivo de devastar a reputação do governador de Goiás.

Hoje, a situação de Marconi Perillo é outra? É. Procede que, ao menos nas grandes cidades, como Goiânia, ainda há uma resistência ao seu nome, dada a suposta conexão com Carlos Cachoeira. Entretanto, depois de uma jogada certeira — a opção pela gestão como modo de fazer política intensiva, mas sem parecer que se estava fazendo política —, Marconi Perillo, espécie de “força da natureza” (para usar uma expressão do gosto dos goianos) — como foi Iris Rezende na década de 1960 e entre as décadas de 1980 e 1990 —, ressurgiu. Mesmo na capital, onde a resistência ao seu nome é mais forte — e isto muito mais devido à forte presença de Iris Rezende (que também recuperou sua imagem por ter sido gestor eficiente na prefeitura) —, Marconi tem melhorado seus índices. Na cidade, na qual o tucanato não é forte há alguns anos, desde Nion Albernaz, Marconi está construindo um novo hospital de urgências, já conhecido como Hugo 2, fez viadutos, duplicou as saídas de suas principais rodovias, iluminando-as e arborizando as laterais, está edificando um centro de excelência na Avenida Paranaíba, no Centro, concluiu a Vila Cultural, ao lado do Teatro Goiânia. Em 2014, e mesmo agora, o tucano terá o que mostrar aos goianienses e aos goianos.

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